quarta-feira, 15 de abril de 2009

O que você faria sem Internet?

Perguntinha retórica, perguntinha piegas, perguntinha necessária.

Fico impressionada com o impacto que ela teve na vida dessa geração! Duvido muito que a maioria dos indivíduos urbanos consiga se imaginar sem acesso à "rede mundial de computadores" hoje em dia. Mesmo que sua atividade profissional não esteja ligada à mídia digital, mesmo que você trabalhe sei lá, em comércio, administrativo, em bancos, o que seria de você sem checar seus e-mails, seu Orkut ao menos no horário de almoço? Sem assistir aos virais do You Tube? Sem ler as quentinhas dos sites de fofocas? Sem as piadas? As notícias em tempo real? Sem ser metralhado por toneladas de informação diariamente?

Bom, eu sem Internet não teria a carreira que tenho hoje. Ponto. Provavelmente teria um salário mais baixo, teria continuado a trabalhar cuidando do dinheiro dos outros e fazendo aquilo que não me realiza. Quer dizer, se não me realizaria, talvez teria buscado outra alternativa, sei lá!
O fato é que apesar de trabalhar com ela e por ela, ainda assim não me sinto tão dependente da vida online quanto vejo por aí.

Me preocupa o volume de informações que recebemos/buscamos todos os dias. Informações das quais não conseguimos absorver quase nada. Como li em um artigo a esse respeito, “a capacidade humana de absorver e processar informações é muito limitada diante da explosão informacional e comunicacional provocada pelas novas tecnologias. Voltar ao passado não iremos, por isso o que devemos fazer é atuar coletivamente, onde cada cidadão some seus conhecimentos ao background de informações e ideias dos outros”, explica o professor Luc Quoniam, da Université Du Sud Toulon (França).

Ele diz ainda que "na atualidade, a humanidade produz 5 exabytes (o equivalente a 1018) de informações por ano, enquanto que o ser humano só tem capacidade de absorver e processar, no máximo, 5 megabytes (106) de informações por ano". Não importa tanto as unidades de medida, é só olhar as proporções numéricas.

O que quero dizer com isso é que estamos expostos demais aos meios de comunicação digitais. No tempo em que só tínhamos jornais, rádio, livros e TV, podíamos controlar o que entrava por nossos ouvidos e olhos. Mas hoje, francamente! Viramos escravos dos feeds, das listas de discussão, das newsletters, das edições diárias online dos próprios meios de comunicação tradicionais.
Assim, hoje quaisquer crimes hediondos viram manchetes sensacionalistas quase que em tempo real. Até parece que nunca nesses séculos todos pais mataram filhos, mulheres foram subjugadas pelos maridos de uma sociedade arcaica (arcaica, viu? não é coisa do terceiro milênio, cacilda!), nunca houve pedofilia, igrejas hipócritas, e sei lá mais quantas coisas contra as quais nos revoltamos hoje. Isso sempre existiu, a gente é que não ficava sabendo!

Por outro lado, também me impressiona o quanto uma situação débil vira sensação por dias. Susan Boyle, who? Ah, sim, aquela senhora que foi no programa de calouros e descobriu-se que canta maravilhosamente. Gente, para que tantos tweets falando dessa mulher? Fotos de mulher-fruta, ex-BB que estava para morrer de câncer (já morreu, eu sei, como não saber?), novidades eletrônicas, dicas de como viver melhor, ganhar mais, sofrer menos, ser mais sexy, situação das bolsas nesse exato momento, o cachorro de Obama... chega!

Escrevendo sobre isso lembrei agora de uma vinheta da MTV que pedia ironicamente para desligar a TV e ler um livro. Eles agora também estão apostando em pocket programas com a mesma ideia de não aprisionar o telespectador. Não vou entrar no mérito de definir isso como demagogia ou não, mas na essência concordo com a MTV.

Desliga esse computador e vai passear pelo seu bairro, vai!

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