terça-feira, 14 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

O Porto é Alegre, mas eu nem tanto

Às vezes penso que seria feliz em qualquer lugar do mundo que não Porto Alegre.
Pode ser apenas depressão de domingo à noite, ou também a maldita mania que mantemos de fazer uma retrospectiva pessoal durante o mês de dezembro. Mas deve ser uma percepção genuína, afinal eu a tenho seguidamente e independentemente de data. Vem e se instala no espacinho mais profundo do meu ânimo. E me arrasa.

Já faz uns 3 meses que não viajo - desconsiderando, claro, as idas à casa dos meus pais - e isso está me fazendo mal. A maioria das viagens esse ano foram a trabalho, porém para mim pouco importa: interessa é cumprir com os compromissos e simplesmente estar em um lugar diferente. Ver pessoas que nunca vi, caminhar por ruas das quais só tinha ouvido falar, botar a cabeça no travesseiro macio de um hotel sem me preocupar com tarefas domésticas, experimentar sempre situações novas. Tô em crise de abstinência.

Torre de Los Ingleses - Buenos Aires
Porém não é só isso. Tenho a convicção de que seria mais feliz em Buenos Aires. Acredito firmemente que não me incomodaria com os noticiários e caminharia pelas ruas do Rio sem galho. Poderia enfrentar de boa o trânsito de São Paulo se isso fosse o preço para viver na capital cultural da américa latina. A mí me gustaría mucho vivir en España, com a facilidade que há em visitar outros países europeus. Talvez até me acertasse em NY, apesar de que precisaria aprender a gostar dos americanos. And we don't speak americano. =P

Você já teve essa inquietação? Possivelmente sim... é difícil nos contentarmos pura e simplesmente com a vida que já temos. Podemos aceitá-la, na falta de alternativas ou oportunidades, mas não consigo acreditar que alguém consiga se imaginar a vida inteira na mesmice. Apesar de conhecer pessoas capazes disso...

E quando as coisas não saem como a gente gostaria, aí mesmo é que dá vontade de dar um break e sumir por uns tempos. Bater asas para qualquer lugar.

Lembro que na semana passada, conversando com uma amiga, ela falou-me sobre uma proposta que recebeu de passar uns tempos trabalhando em um hostel na Patagônia. Se você torceu o nariz por pensar "putz, que fim de mundo!", digo-lhe que se eu pudesse e estivesse no lugar dela aceitaria na hora. Só pela experiência.
Lembro também que recentemente disse a outra pessoa que sonho/almejo/projeto fazer algo fora do país depois que ganhar alforria da UFRGS. Isso tem sua essência de verdade, embora eu tenha utilizado tal argumento para assegurar-lhe de que não estava fazendo planos a longo prazo com essa pessoa. Era uma DR, sim. E repensando posteriormente, vi que aquilo foi muito mais um escudo do que uma verdade. Eu trocaria minha ideia de pós na Europa por um amor tranquilo e projetos de vida que não dependam apenas de mim. Sabe? Too late, agora já falei demais.

Aí hoje, domingo bonito de sol, eu poderia ter saído com uma amiga que me ligou. Poderia também ter ido ao show do Nando Reis no parque aqui pertinho (nem curto, mas não faz mal). Quem sabe poderia ter ido à academia ou feito uma power caminhada na orla. Poderia, poderia... mas só tive ânimo de sair da cama perto do meio-dia e acabei ficando o dia inteiro de camisola, aproveitando o tempo bom para lavar uma montanha de roupas e curtindo meu cantinho. Sem vontade sequer de estudar e matar a última tarefa do semestre... captou o desânimo? Ele é cíclico, e cada vez mais penso que o diagnóstico está na primeira frase deste texto - mesmo que a razão diga que essa é a fuga que encontrei para os problemas que não enfrento por pura procrastinação crônica.

Pelo sim, pelo não, não é raro pensar em recomeçar a vida em outro lugar. Tentar fazer as coisas do jeito certo em uma nova realidade: sem os velhos vícios, os amores mal resolvidos, a carreira que tenho levado arrastadamente e os erros que estariam irremediavelmente ligados à forma como construí meus alicerces. Papo pesado, né? É porque tá faltando bebida nesse apê. Tô de dieta e maneirando em quase tudo o que é bom. Porque o que é bom é ilegal, imoral ou engorda.

Enfim... espero que as próximas férias injetem um pouco de ar nos pulmões. Areshh cariocaishh, sabecomoé.
Mas ainda faltam dois meses para as férias! OMG OMG OMG!

domingo, 28 de novembro de 2010

Existe uma música dos Beatles para cada momento da vida

Close your eyes and I'll kiss you
Tomorrow I'll miss you
Remember I'll always be true1


Trecho que traduz a noite da última quinta-feira. Um último beijo e duas pessoas que seguiram em direções diferentes pelas calçadas de uma Cidade Baixa movimentada.

Ob-la-di, ob-la-da, life goes on bra, la la how the life goes on2. A vida continuou no dia seguinte, não havia nem espaço para mágoa. Tudo estava bem, tanto que woke up, fell out of bed, dragged a comb across my head. Found my way downstairs and drank a cup, and looking up I noticed I was late3, como em quase todos os dias.

Chegando à empresa, checo a conta bancária  só para relembrar a situação caótica desse final de ano: praticamente out of college, money spent, see no future, pay no rent. All the money's gone, nowhere to go4. Bem, eu gostaria realmente de poder mudar o foco da minha carreira para ter uma vida mais light, afinal the best things in life are free but you can keep them for the birds and bees. Now give me money that's what I want!5

Mas bastou um mal-entendido em uma conversa totalmente inesperada após o episódio da noite passada para eu ter a certeza de que I've lost her him now for sure, I won't see her him no more, It's gonna be a drag... Misery!6 Resultado: um dia interminavelmente péssimo, e eu não podia nem ir pra casa, pois tinha muita coisa a fazer na empresa.

For too long I was out on my own. Every day I spent trying to prove I could make it alone7. Ouvindo isto pude relembrar como sempre procurei ser a dona pelo menos das minhas próprias verdades, teimosa e auto-suficiente. E assim acreditei que estaria tudo bem mesmo, life goes on e pronto. Porém "take these sunken eyes and learn to see all your life"8, dizia-me o Macca durante o show no Beira Rio, quando passei a considerar que já é hora de mudar de atitudes e ser mais franca comigo e com as pessoas de quem gosto.

Ele disse também que everybody had a hard year / everybody had a good time / everybody had a wet dream / everybody saw the sun shine9, ensinando-me particularmente que em breve um novo ano começará e devo (todos devemos) buscar em nossas gavetas os sonhos e projetos que adiamos sempre. Buscá-los para colocá-los em prática, obviamente. E foi aí que me senti entre confusa e esperançosa. Sem saber o que pensar, o que dizer e muito menos o que fazer!

Bom... There will be an answer: let it be10, né?
Ou talvez deva pensar que if this ever-changing world in which we live in makes you give in and cry, say live and let die11. Não dá para saber qual seria a decisão "certa", uma vez que a grande maioria das nossas escolhas não atingem apenas a nós.

A questão é que os últimos tempos têm sido tempos difíceis, e meus amigos mais próximos vêm acompanhando essa espécie de transformação interior pela qual estou passando. Talvez por isso este blog tenha ficado na geladeira, porque eu não vinha encontrando mais estímulo para compartilhar minhas ideias abertamente e principalmente porque já não sabia o que pensar; logo, escreveria o quê?

When I was younger, so much younger than today
I never needed anybody's help in any way
But now these days are gone, I'm not so self assured
Now I find I've changed my mind and opened up the doors12


Voltando aos dias atuais, só posso dizer que ficou uma sensação muito estranha (nem boa, nem ruim, apenas estranha) por as coisas afinal não serem como poderiam ser. Mas life goes on de qualquer maneira, e depois de ter consertado o mal-entendido que eu mesma causei me senti mais serena. Normalmente pensamos que é melhor calar do que se expor (fui assim por muito tempo), contudo aprendi com os tombos que isso é uma grande armadilha do coração.

E, bem...
How do I feel by the end of the day?
(are you sad because you’re on your own?)
No, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends.13


Quem tem amigos e não tem receio de procurá-los, tem [quase] tudo.

*****
1 All My Loving
2 Ob-la-di Ob-la-da
3 A Day In The Life
4 You Never Give Me Your Money
5 Money (That's What I Want)
6 Misery
7 (I Want To) Come Home
8 Blackbird
9 I've Got a Feeling
10 Let It Be
11 Live And Let Die
12 Help!
13 With A Little Help From My Friends

domingo, 15 de agosto de 2010

No tubo de oxigênio

Acho que este blog teve morte cerebral decretada. Mais um que foi fulminado pela objetividade dos microblogs ou redes sociais focadas em contatos, ou ainda pela necessidade cada vez menor de expor meus pensamentos publicamente. O que eu não publicar aqui, provavelmente vai para a pauta de um analista que ainda procurarei. Ou simplesmente não deverá ser de interesse comum.

Depois de mais algum tempo decidirei se deverei excluí-lo ou mantê-lo como está.
Grata pela atenção, rs.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Diário de um Homem

Este duro relato masculino ouvi ontem no Sarau Elétrico, onde o tema era "homens dependentes". Duvido algum homem ler isso e não se identificar. Duvido também mulheres lerem e não lembrarem de alguém que agiria da mesma forma.
Lá vai:

Segunda-feira

Sozinho em casa. Minha mulher vai passar a semana fora. Ótimo. Acho que teremos uma semana inesquecível - o cachorro e eu. Tracei um plano e programei meu tempo. Sei exatamente quando acordar, quanto tempo ficar no banheiro e quanto tempo levar preparando o café. Também somei o número de horas de que preciso para lavar, arrumar, levar o cachorro para passear, fazer compras e cozinhar. Estou agradavelmente surpreso em ver que ainda me sobra muito tempo livre.
Não sei porque as mulheres fazem o serviço de casa parecer tão complicado, quando toma tão pouco tempo. É só se organizar. O cachorro e eu jantamos um bife cada um. Coloquei sobre a mesa a toalha de festa, uma vela, além de rosas - para criar atmosfera agradável. Ele come patê de entrada, depois outra vez no prato principal, com fina guarnição de legumes, biscoitos de sobremesa. Bebo vinho e fumo charuto. Há muito não me sentia tão bem.


Terça-feira

Preciso dar outra olhada na programação. Parece que requer pequenas mudanças. Expliquei para o cachorro que nem todo dia é feriado. No café da manhã, notei que o suco de laranjas caseiro tem uma desvantagem. O espremedor tem de ser limpo a cada vez. Uma possibilidade: fazer o suficiente para dois dias. Aí posso lavar com metade da frequência. Descoberta: você pode aquecer salsichas na sopa e assim ter menos uma panela para lavar. Certamente não pretendo aspirar a casa todos os dias, como minha mulher queria. Dia sim dia não é mais que suficiente. O segredo é andar de chinelos e limpar as patas do cachorro. Pronto. Sinto-me ótimo.


Quarta-feira

Tenho a sensação de que o serviço de casa toma mais tempo que eu imaginava. Devo repensar minha estratégia. Primeiro passo: comprei comida pronta. Não preciso gastar tanto tempo cozinhando. Não se deve levar mais tempo cozinhando que comendo. Fazer a cama é um problema: sair debaixo das cobertas, depois arejar o lugar e não fazer a cama. É tudo tão complexo! Não acho necessário arrumá-la todos os dias, especialmente sabendo que voltarei a dormir naquela mesma noite. Parece tarefa sem importância. Não estou preparando refeições complicadas para o cachorro. Comprei comida pronta para cães. Ele fez uma cara! Mas o que fazer? Se posso comer refeições semi-prontas, ele também pode.


Quinta-feira

Chega de suco de laranja! Como pode uma fruta de aspecto tão inocente causar tanta confusão? É inacreditável. Comprarei suco de laranja em garrafa, pronto para beber. Descoberta: consegui sair da cama quase sem desarrumar as cobertas. Tudo que tive de fazer foi alisar um pouco o cobertor. Claro, é preciso prática e não se pode rolar muito durante o sono.
Minhas costas doem um pouco, mas nada que um banho quente não resolva. Parei de me barbear todos os dias. É realmente perda de tempo. Ganho preciosos minutos que minha mulher nunca perde pois não faz barba. Descoberta: não há necessidade de comer num prato novo a cada vez. Lavar a louça com tanta frequência começa a me irritar. O cachorro também pode comer numa única tigela. Afinal, é só um cão. Nota: cheguei a conclusão que se pode aspirar somente uma vez por semana. Salsichas no almoço e no jantar.


Sexta-feira

Basta de suco de frutas! As garrafas são pesadas demais. Descobri o seguinte: salsichas são ótimas pela manhã. No almoço, nem tanto. Se um homem come salsichas por mais de dois dias pode ter náuseas. Dei ração ao cachorro. É nutritiva e não suja a tigela. Descobri que a sopa pode ser ingerida diretamente da lata. Tem o mesmo gosto. Sem vasilha, sem concha! Não me sinto mais um lava-louças automático. Parei de esfregar o chão da cozinha. Aquilo me irritava tanto quanto fazer a cama. Nota: esqueça as latas, pois sujam o abridor.


Sábado

Por que tirar a roupa à noite se vou vesti-la logo pela manhã? Prefiro passar o mesmo tempo deitado, descansando. Também não há necessidade de usar cobertas, assim a cama já fica feita. O cachorro sujou o chão. Dei-lhe uma bronca. Não sou seu criado! Estranho… Minha mulher me diz isso de vez em quando. Hoje é dia de fazer a barba, mas não sinto vontade.
A paciência está no limite. O café da manhã será algo que eu não precise desembrulhar, abrir, espalhar, cozinhar ou mexer. Tudo isso me irrita. Plano: almoçar diretamente na sacola, em cima do fogão. Sem pratos, talheres, toalhas ou qualquer outro absurdo. As gengivas estão meio inflamadas. Talvez seja pela falta de frutas, tão pesadas para carregar. Minha mulher ligou a tarde e perguntou se lavei as janelas e as roupas.
Caí numa risada histérica. Disse que não tive tempo. Há um problema na banheira. Está entupida com espaguete. Não me incomoda muito, parei de tomar banho mesmo. Nota: o cachorro e eu comemos juntos, diretamente da geladeira. Tem de ser rápido para não ficar muito tempo aberta.


Domingo

O cachorro e eu estávamos sentados na cama vendo na TV as pessoas comerem todo o tipo de comida e guloseimas. Ficamos com água na boca. Estamos muito fracos e de mau humor. Comi algo da tigela do cachorro esta manhã.
Nenhum de nós gostou. Devia tomar banho, fazer barba, pentear-me, dar comida ao cachorro, levá-lo para passear, lavar a louça, arrumar, fazer compras, entre outros - mas não tenho forças. Sinto que estou perdendo o equilíbrio e minha visão está sumindo. O cachorro parou de abanar o rabo. Num último acesso de auto-preservação, rastejamos até um restaurante. Comemos vários pratos de boa comida durante mais de uma hora. Depois vamos a um hotel. O quarto é limpo, arrumado e aconchegante.
Encontrei a solução ideal para os serviços de casa. Imagino se minha mulher já pensou nisso…

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Porre, férias e amor

"Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor." Caio Fernando Abreu

Essa frase define muito bem meu atual momento no tempo e espaço.
Bem, as férias eu já marquei para agosto; um porre eu tento tomar toda semana (às vezes fico só com o ônus da ressaca, sem o bônus da doideira); e o novo amor? Bom, aí ferrou. Tudo o que não depende apenas de nós tende a ser mais difícil de alcançar. Mas estamos aí, prospectando! =)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Fórmula perfeita

Quando eu emagrecer e ficar gostosa, fizer análise, cortar e pintar o cabelo de um jeito bem modernoso, trocar de óculos, comprar um violão, fizer um bom tratamento dermatológico, terminar a graduação, mudar para outro apartamento, estiver bombando na academia, tiver substituído todo o guarda-roupas, frequentar os shows cult da cidade, for mais malandra e ao mesmo tempo mais garotinha, as coisas vão passar a dar certo pra mim.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A solução para um dos meus maiores problemas

Quem anda comigo pelas ruas já ouviu centenas de vezes um dos seguintes comentários:
"Cara, eu conheço aquela pessoa ali de algum lugar..."
"Aquele ali não é o... aquele... sabe?"
"Sério, eu tenho certeza de que conheço esse cara que passou por nós agora!"

Na maioria dos casos eu apenas confundi a fisionomia do passante com algum conhecido (real ou famoso). Mas há casos em que conheço de verdade a figura, paro para falar com ela e... vixi, como ela se chama? Essa situação é extremamente embaraçosa!

Logo, a invenção abaixo, quando for produzida, estará na minha wishlist com tooooda certeza:


Vi no Variations on normal

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Desabafo

Eu deveria estar contente, pois por conta da empresa onde trabalho tive uma folga forçada da faculdade essa semana.
Eu poderia me sentir realizada, afinal nos últimos tempos tenho assumido mais e mais compromissos profissionais que vão ao encontro das minhas expectativas, e, além disso, trabalho com pessoas incríveis.
Eu ainda deveria agradecer a Deus porque minha família está hoje muito melhor do que antes, por mais que esteja distante de mim.
E eu poderia estar tranquila, já que tenho amigos com quem posso contar.
Mas eu tô com um aperto no peito.
Um nó na garganta.
Uma vontade de sair correndo para algum lugar escuso.
Com um medo desconhecido devorando meus pensamentos.
Acreditando que já não estou no meu ponto de equilíbrio.
Precisando de respostas.
E sozinha.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Música de quinta: Eu só divirto hienas, por 2ois

Esta é mais uma grata surpresa da Last.fm. Indie, contemporâneo, profundo e divertido - tudo ao mesmo tempo. Mas quem são os 2ois?

"2ois (lê-se dois) é um duo brasileiro indie/acústico formado por Leonardo Ramos e General Sih (ambos guitarra e vocal). Recentemente a dupla participou e ganhou o programa Astros, uma espécie de American Idol brasileiro."

Descrição na própria Last.

A letra tem muito de mim, por menor que pareça a relação à primeira vista. Acontece que as principais percepções não estão à vista de todos, pois usamos muita maquiagem.


A letra:

Desde quando eu me entendo por gente
(Eu sou do circo, mas ninguém entende)
Será que uso muita maquiagem?
(Eu sou do circo, mas ninguém entende)
Debaixo da minha tenda
Ando na corda bamba
Antes do show, eu faço as piadas e ouço alguém dizer:
"Olha aquele cara sem graça"
Tudo me desconcentra, me faz brincar no fogo
Não consigo ir embora
Embora melhor fosse
Sou o palhaço e sinto que sou mal compreendido
Eu poderia até comprar o seu sorriso
O seu sorriso
O seu sorriso
Já fiz piadas de todos os tipos
Nenhuma delas fez algum sentido
Na minha casa sou o mais querido
Entre meu rato e meu periquito
Só divirto hienas
Ando na corda bamba
(Sentado no chão, olhando a plateia, eu começo a sentir)
Uma sensação de derrota
Tudo me desconcentra, me faz brincar no fogo
Não consigo ir embora
Embora melhor fosse
Ah, se eu pudesse encontrar um motivo pra melhor rir
Terminaria meu show sem ter que no final fugir
Porque eu sou o palhaço e sinto que sou mal compreendido
Teoricamente eu sou o melhor dos piores
Sou o palhaço e sinto que sou mal compreendido
Eu poderia até comprar o seu sorriso
O seu sorriso
O seu sorriso
O seu sorriso

domingo, 9 de maio de 2010

Mães


A minha sempre me defendeu nessas horas, com unhas, dentes e seu humor ácido (de quem vocês acham que herdei "meu jeitinho", hein?).
Toda mãe vê sempre o melhor da sua ninhada. Mesmo quando é difícil encontrar algo de bom, ela defenderá, apoiará, aconselhará, procurará ensinar o caminho do bem e puxará orelhas sempre que o filhote sair da linha.
Se você é mãe de verdade, sabe do que estou falando. E é para você que envio um grande beijo pelo seu dia!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Música de quinta: Best of You, por Foo Fighters

Das músicas do Foo Fighters, essa é a minha preferida com certeza.

Não por acaso é uma das mais tocadas no meu perfil da Last.fm nos últimos meses. É como um... desabafo. Um cansaço de ver acontecer sempre as mesmas coisas, por mais que eu procure fazê-las diferentes. É um medo de ser uma idiota ao tentar ser eu mesma; é uma resolução de não ser mais uma boba e não ganhar nada com isso. É a sensação de estar perdendo o meu melhor apenas por tentativa e erro.


Lyrics:

I’ve got another confession to make
I’m your fool
Everyone’s got their chains to break
Holdin’ you

Were you born to resist to be abused?
Is someone getting the best, the best, the best, the best of you? (2x)

Are you gone and onto someone new?
I needed somewhere to hang my head
Without your noose
You gave me something that I didn’t have
But had no use
I was too weak to give in
Too strong to lose
My heart is under arrest again
But I break loose
My head is giving me life or death
But I can’t choose
I swear I’ll never give in
I refuse

Is someone getting the best, the best, the best, the best of you? (2x)
Has someone taken your faith?
Its real, the pain you feel
You trust, you must
Confess
Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?
Oh...

Has someone taken your faith?
Its real, the pain you feel
The life, the love
You die to heal
The hope that starts
The broken hearts
You trust, you must
Confess

Is someone getting the best, the best, the best, the best of you? (2x)

I’ve got another confession my friend
I’m no fool
I’m getting tired of starting again
Somewhere new

Were you born to resist or be abused?
I swear I’ll never give in
I refuse

Is someone getting the best, the best, the best, the best of you? (2x)
Has someone taken your faith?
Its real, the pain you feel
You trust, you must
Confess
Is someone getting the best, the best, the best, the best of
you?
Oh...

domingo, 2 de maio de 2010

Você tem bem mais do que 60 segundos de vida

Assistindo a essa animação - que dizem ser antiga, mas para mim inédita - não pude deixar de pensar em como nós procrastinamos diariamente e, na maior cara-de-pau, colocamos a culpa das nossas irrealizações na falta de oportunidades.

Se com duas, três, quatro décadas você não fez nem a metade do que gostaria de ter feito, imagina se você tivesse somente um minuto de vida?


Então a mensagem que fica é: não perca seu tempo. Eu também! Que eu não perca o meu tempo!
Afinal, a vida só não acontece para quem não a encara.

Ah! Vi no Update or Die.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Música de quinta (literalmente): Regininha, por Inimigos da HP

Essa é uma edição especial da música de quinta, pois me caíram todos os butiás do bolso ao assistir a esse videoclipe. Definitivamente o Braziu dá ibope para subcelebridades que não fazem absolutamente nada que preste para ganharem fama. Quem é a protagonista do videoclipe? A Geisy-cara-de-pobre-Arruda. E, na boa? Ela fez plástica daqui, megahair dali, mas classe ela nunca vai ter, pois classe não se compra.

E, claro, eu NÃO gosto de Inimigos da HP. Além da cara de cavalo do cantor, as músicas são de muito mau gosto - tem uma em que ele fala algum "blablablá-vai-se-f****!", né? Terrível. Só quem tem aval para xingar palavrão é roqueiro, oras.

Por isso eu repito: quem afirma que o diabo é o pai do rock nunca ouviu pagode na vida.

Além do mais, super bem produzido esse clipe, né? Coisa finíssima!
Bom... fiquem com o hit da semana:


E não, não vou me dar ao trabalho de postar a letra aqui.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Que tipo de bêbado você é?

Da série "fluxogramas que explicam a vida":


Sinceramente eu não sei qual sou eu... nunca me vi assim, hahaha. Mas suspeito que esteja entre a happy e a sleepy. =)
E você?

Fonte: Geekologie.com

domingo, 18 de abril de 2010

O efeito gangorra

Assim denomino a recorrente situação de duas pessoas que têm um relacionamento de longo prazo e dificilmente estão na mesma vibe. Talvez você não tenha se dado conta ainda da existência do efeito gangorra, mas praticamente todo mundo já o enfrentou alguma(s) vez(es) na vida. Ele não é bom - pelo contrário, angustia - mas é inevitavelmente normal.

Up and down. Você lá em cima feliz, realizada, com tudo dando estranhamente certo e se sentindo muito confiante. A outra pessoa deprimida, introspectiva, gastando todo o seu tempo livre em auto-análise para tentar encontrar a farpa fincada no olho que tanto lhe incomoda. Você está ocupada demais com os seus desafios empolgantes e não percebe que tem alguém precisando urgentemente de ajuda para sair de uma depressão que aniquilou aquele espírito brilhante de outrora.
Ou pior: você pode até cometer o pecado de não legitimar o sofrimento alheio; isto é, uma vez que uma aura de otimismo inundou sua alma, todo sofrimento de outrem parece coisa pouca, superável ou mesmo teatral. E esse é um comportamento dos mais condenáveis, não importando se foi não intencional.

Down and up. Passado um tempo (alguns meses são suficientes), é você que se encontra desanimada questionando suas escolhas, com a nítida impressão de que jogou fora momentos, pessoas e oportunidades. Desaparece das rodas de amigos, viaja sozinha para um lugar escuso, procura um analista. Tem ganas de chutar seu emprego e recomeçar a vida do zero em uma cidade desconhecida para reescrever a própria história, refazendo todas as escolhas. O outro? Recuperado, engajado em novos projetos, fazendo festa e com uma pele ótima! Tão feliz que não compreende que agora é você quem está precisando de conforto, de um abraço, de alguém que lhe ouça. E é sempre assim...

Mas por que eu disse no começo que isso ocorre em um relacionamento de longo prazo? Com tanta indiferença as relações não se deterioram?

Segundo dados estatísticos elaborados dentro da minha cabeça, 80% das relações têm seus alicerces fortemente abalados por essa corrosão sim. Se a casa não cair de vez, no maior estilo World Trade Center, se tornará tão frágil, tão frágil, que o tempo reduzirá tudo a um mero coleguismo. Já os outros 20% são os que me fazem ter esperança de que os relacionamentos ainda valem a pena. São aquelas pessoas que se dão conta da mancada e procuram a alma doente, seja para escutar e dar algum conselho, seja para promover um programa gradual de recuperação da auto-estima do amigo.

Já estive dos dois lados da gangorra e já precisei muito de alguém para me levantar. O que mais doeu é que tive que levantar sozinha, o que tornou meus joelhos mais firmes, mas o coração um pouco mais rígido. E por conta disso também já subestimei a má fase alheia. Shame on me!

Entretanto deixo o sincero desejo de que aprendamos a olhar mais para fora de nós mesmos para i) enxergarmos quando é necessário levar a alguém nossa positividade, ii) vermos que há um mundo de oportunidades mesmo quando nos sentimos subjugados e iii) que não joguemos fora pessoas valiosas nesses momentos extremos de alegria ou dor.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Define: Loop na informática

Para quem não conhece o conceito de LOOP, trata-se de uma terminologia assim nomeada por estudiosos de informática para definir uma confusão criada e que não possui uma explicação concreta para solução do problema.
Bem, vou tentar explicar em poucas palavras esta famosa terminologia. Diz-se que um programa de computação "entrou em loop" quando acontece a seguinte situação:

O diretor chama sua secretária e diz:
- Senhorita Vanessa, tenho um seminário na Argentina por uma semana e quero que você me acompanhe. Por favor faça os preparativos da viagem...

A secretária liga para seu marido:
- Alô, João! Vou viajar para o exterior com o diretor por uma semana. Cuide-se, meu querido!

O marido liga para sua amante:
- Eleonor, meu amor. A bruxa vai viajar para o exterior por uma semana, vamos passar esta semana juntos, minha princesa...

No momento seguinte, a amante liga para o menino para quem dá aulas particulares:
- Joãozinho, estou com muito trabalho esta semana e não vou poder te dar aulas.

A criança liga para seu avô:
- Vovô, esta semana não terei aulas, minha professora estará muito ocupada. Vamos passar a semana juntos?

O avô (que é o diretor desta história) chama imediatamente a secretária:
- Senhorita Vanessa venha rápido - Suspenda a viagem, vou passar a semana com meu netinho que não vejo há um ano, por isso não vamos participar mais do seminário. Cancele a viagem e o hotel.

A secretária liga para seu marido:
- Ai amorzinho! O babaca do diretor mudou de idéia e acabou de cancelar a viagem.

O marido liga para sua amante:
- Amorzinho, desculpe! Não podemos mais passar a semana juntinhos! A viagem da mocréia da minha mulher foi cancelada.

A amante liga para o menino a quem dá aulas particulares:
- Joãozinho, mudei os planos: esta semana teremos aulas como de costume.

A criança liga para o avô:
- Vovô! A véia da minha professora me disse que terei aulas. Desculpe mas não poderemos ficar juntos esta semana.

Seu avô liga para a secretária:
- Senhorita Vanessa, meu neto acabou de me ligar e dizer que não vai poder ficar comigo essa semana, porque ele terá aulas. Portanto dê prosseguimento à viagem para o Seminário.

              
Entendeu agora o que é um LOOP? 


*****

Recebi por e-mail do Guillermo e não pude deixar de compartilhar.

sábado, 3 de abril de 2010

Eu entendo, claro, mas... não compreendo

Há pouco li no twitter da Dee - uma das meninas goianienses que conheci nas últimas férias - alguma reclamação sobre uma amiga que, por estar namorando, deixou de procurá-la como antigamente. Ato contínuo, enumerei os amigos e amigas que já fizeram isso comigo (e continuam fazendo) para, logo depois, dedicar-lhes um sonoro f***-se! Taí uma coisa que eu sinceramente não suporto, não aceito e não defendo.

Se você deseja que eu não seja amiga da sua nova paixão, basta deixar de falar comigo normalmente como quando nos teus tempos de solteiro(a). Você terá sucesso imediato! Digo isso porque não tenho problemas de ciúme dos meus amigos (a menos que eu esteja interessada em um deles, hehe) e obviamente ao ser apresentada à pessoa a chance de simpatizar com ela será grande; mas se você, amigo(a) querido(a), toma chá de sumiço tão logo troque seu status para "commited" nas redes sociais (e conheço gente que faz isso no dia seguinte ao primeiro encontro), automaticamente interpretarei tal atitude como represália da sua metade [azeda] da laranja - vulgo coleira - e antipatizarei com tal criatura. Pelo menos até que me provem o contrário...

Entendo perfeitamente que a rotina mude quando se assume um compromisso com uma pessoa por quem se esteja enamorado, assim como estou ciente de que nesse período se quer estar com esse alguém em todos os momentos possíveis. A gente tem sede de conhecer melhor cada característica, cada pequena mania, discutir assuntos bobos e nem tanto, fazer tooooodos aqueles programinhas típicos de casais, assistir àqueles filmes açucarados que você (especialmente se for homem) não tem coragem de encarar sozinho e passar um clássico final de semana em Gramado. Aliás, ir para a Serra deve estar em alguma cartilha dos relacionamentos amorosos, né? Todo mundo faz.

Só que isso não deveria afastar os pombinhos do seu círculo de amizades, muito pelo contrário. Não tem coisa mais idiota do que rejeitar repetidos convites para um encontrinho entre amigas porque agora TEM que encontrar fulano depois do expediente. Aí eu deixo passar um tempinho e proponho outro convite, noutro dia, para colocar as fofocas em dia. Não dá outra vez, pois já combinou de fazer não-sei-o-que com o namorado (e não dá para desmarcar nem adiar). Então eu espero que a amiga encontre um espaço na sua agenda para ela mesma convidar para fazer algo... e ela não liga mais. Nem manda um e-mail para - já que o tempo está curto - saber e mandar notícias. Ela simplesmente some. Isso obviamente vale para os amigos homens também, com quem frequentemente eu bebia um choppinho, ia a shows, saía para jantar, para alguma balada. Eles também somem!

O que faço? Cartão amarelo e banco de reservas. Afinal a vida continua, colorida, etílica, cultural, problemática ou hilariante. Porém extremamente chateada com a falta de sensibilidade alheia.

E sabe o que me deixa ainda mais fula da vida? É que em pelo menos 80% das vezes em que o isolamento amoroso acontece, o indivíduo um dia tem sua bolha estourada por algum problema (ou simplesmente pela realidade dura) e "pluft!", cai no mundo real. E você já sabe para quem irá correndo chorar as pitangas, né? Claaaaro, para você, amiga de fé. Não mais que de repente você recebe uma ligação no seu celular que só não desconhece porque manteve o número na agenda. Até porque não tem coisa mais chata do que você deletar um número da sua lista de contatos e depois ver aquela sequência numérica levemente familiar piscando na tela, pensando: "atendo ou não atendo?". Por essas e por outras eu dificilmente deleto um contato.

Mas voltando: se você atende a chamada, poderá ouvir uma voz amigável perguntando 'como tu tá?', para logo que tiver oportunidade contar como as coisas [não] vão bem ou terminaram. Cara, muito eu já ofereci meu ombro nessas horas, mas hoje em dia não faço mais não. Meu nível de tolerância caiu e muito com esse tipo de gente nos últimos anos, assim como o conceito desses "amigos".

Porque amigo de verdade pode se afastar por motivos mais duros, mas nunca por causa da troca de estado civil. E isso é um ótimo filtro para enxergar e classificar melhor as pessoas que passam pela vida da gente, pois se uma pessoa corta relações por encontrar quem lhe cure a carência ou pelo que encontrou entre as pernas de alguém, pense: ela não merece a sua confiança.

sábado, 27 de março de 2010

Aviso aos viajantes

"As Viajadas" não morreu, tá? Apenas foi subjugado por cinco cadeiras pesadíssimas da universidade.
Assim que eu conseguir alocar tudo nas inelásticas 24 horas de cada dia, volto para cá.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Nuvem de tags viajadas

Descobri através da colega Gisele esse gerador de tag cloud a partir de - entre outros inputs - uma URL de um blog ou RSS. Fui dar uma conferida no que revelaria uma nuvem de tags deste blog, e olhem só no que deu:

































Considerando que este é um espaço pessoal, é interessante observar os termos mais frequentes ou significativos ao longo do tempo. Caberia até uma auto-análise, quem sabe.

Ou, como diriam meus colegas Ramiro e Cristian... "Ah, hot tags!" </piada interna>

sexta-feira, 5 de março de 2010

Campanha: Abrace um programador hoje


Quem de nós nunca enfrentou um momento de crise como esse? Não há churrasco, chopp, PPR ou promoção que traga de volta a dignidade de um programador que chegou nesse patamar de sofrimento.
O que realmente resolve é apenas... um abraço!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Música da semana: Oh My God, por Ida Maria and Iggy Pop

A música que simplesmente não sai da minha cabeça há tempos.
É daquelas de cantar pulando sozinha (ou não) dentro de casa.
Sem mais.



Oh my god
Ida Maria

Find a cure
find a cure for my life
Oh my god
Oh you think I'm in control
Oh my god
Oh you think it's all for fun
Put a smile
put a smile on my face
Put a price
Put a price on my soul
Oh my god
Oh you think I'm in control
Oh my god
Oh you think it's all for fun
Find a cure
find a cure for my life
Put a price
put a price on my soul
Build a wall
Build a fortress around my heart
Oh my god
oh you think I'm in control
Oh my god
oh you think it's all for fun
Is this fun for you?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

No carnaval é impossível ter paz

 
Quando escrevi o tweet acima, acabara de embarcar em um ônibus com destino ao litoral gaúcho, a fim de visitar meus pais que continuam morando por lá. Qual não foi meu entusiasmo ao me acomodar na poltrona, dar uma olhadinha em volta e ver/ouvir:
- Uma média de 3 filhos por mãe;
- Cerca de 2 pacotes de bolachas e salgadinhos por filho;
- Trocentos pedidos ao estilo "Mãe, me leva no banheiro?", "Eu quero chegar logo!", "Tô com fome..."

Eu realmente gosto de crianças e sempre me dei muito bem com elas, mas não suporto criança mal educada e espaçosa. Especialmente porque isso reflete uma negligência dos pais na sua criação e um efeito bola-de-neve entre as gerações. É aquela questão da falta de limites que é tão comum hoje em dia, sabe? No meu tempo a coisa era bem diferente, e praticamente sem nenhuma palmada meus pais me criaram de modo que sempre fui comportada quando necessário. Corria pela rua brincando com os meninos, passava trote em telefone público, também brincava de boneca com as amiguinhas, não gostava de comer salada (mas nem por isso fazia birra), enfim: fui uma criança com os mesmos hábitos marotos da maioria. A diferença é que meus pais sempre me ensinaram a ser bem-educada com todos e a jamais fazer escândalo em público. Então definitivamente não suporto crianças "donas de si".

Assim, não há necessidade alguma de fazer alvoroço em uma viagem de uma hora e meia, nem de fazer um piquenique sobre a poltrona. Sério, penso que algumas pessoas (adultas inclusive) que vão para o litoral no verão nunca saíram de casa antes e tratam uma viagem de ônibus como a aventura mais emocionante das suas vidas! Coisa triste! Aí a mãe enche a bebê de comida e a pobrezinha vomita dentro do ônibus... sim, também isso aconteceu na lamentável viagem. 

Por sorte no domingo pela manhã a auto-estrada estava livre e cheguei na beach house no tempo mínimo. Claro, não sem antes assistir aos passageiros gritando que querem descer na parada tal, pedindo para o ônibus parar fora do ponto para desembarcarem em frente às suas casas e não tomar chuva (a linha que vai até a "minha" praia faz um itinerário pinga-pinga ao longo da Av. Interpraias e tem diversos pontos de desembarque). A minha impressão era a de que a única pessoa com bom senso naquele grupo de passageiros era eu mesma.

Finalmente em casa, meus pais contam que a casa do vizinho que faz divisa ao fundo do pátio foi "invadida" por um bando de funkeiros que costumam manter o som ligado em um volume altíssimo até altas horas da madrugada. - Ué! Chama a Brigada Militar da próxima vez, oras! - foi o que eu disse prontamente. Vocês sabem que eu adoro pedir para vizinhos calarem a boca, né? =) Mas tenho a satisfação de contar que não foi preciso pedir a intervenção pública nas noites subsequentes. E durante o dia eu não podia argumentar... então fui obrigada a me atualizar acerca dos hits populares do verão. Até minha mãe os cantarolava inconscientemente ao longo do dia.

Não fez sol. Não que eu faça questão de ir para a areia das nossas lindas praias, mas chover todos os dias também é meio complicado, né?! A gente acaba apenas comendo e tomando chimarrão com a vizinhança. E como minha tia confeiteira mora ao lado, sair da dieta é compulsório:


Ou seja, nem paz com a balança se pode ter nessas horas. Quem pode resistir ao Bernardo - meu primo loiro de olhos azuis, gatíssimo e... com 2 aninhos - entrando pela porta trazendo nas mãozinhas um prato de rabanadas recém feitas?

Bem, para aproveitar o tempo livre procurei trabalhar em um freela que preciso entregar em breve, só que o software que precisava usar para desenvolver estava corrompido e o CD para reparar a instalação ficou em Porto Alegre, é óbvio. Nem San Google através do 3G 2G da Vivo me valeu naquele momento de tribulação!

Agora tudo deveria estar ótimo: de volta à cidade grande (super gelada), com o problema do software resolvido e em um silêncio só quebrado pelo Metallica que estou ouvindo. Todavia, tão logo cessou a chuva, comecei a ouvir a batucada do maldito bloco de carnaval que fica e-xa-ta-men-te na frente do meu edifício. 
Assim não dá. Definitivamente não dá!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sabedoria de estagiário

Um presidente de empresa, casado há 25 anos, está na maior dúvida se transar com a mulher, depois de tanto tempo, é trabalho ou prazer.
Na dúvida, liga pro diretor geral e pergunta.
O diretor liga pro vice-diretor e faz a mesma pergunta.
O vice-diretor liga pro gerente geral e pergunta. E assim segue a corrente de ligações, até que a pergunta chega no jurídico e o advogado pergunta pro estagiário que está todo afobado, fazendo mil coisas ao mesmo tempo:
- Rapaz, você tem um minuto pra responder se quando o presidente transa com a mulher dele é trabalho ou prazer.
- É prazer!
- Ué? Como é que você pode responder isso com tanta segurança?
- É que se fosse trabalho já tinham mandado eu fazer.

*****

O farmacêutico entra na sua farmácia e repara num homem petrificado, com os olhos esbugalhados, mão na boca, encostado em uma das paredes.
Ele pergunta para ao estagiário:
- Que significa isto? Quem é esse cara encostado naquela parede?
- Ah! É um cliente que queria comprar remédio para tosse. Ele achou caro, então eu vendi um laxante.
- Você ficou maluco? Desde quando laxante é bom para tosse?
- É excelente. Olha só o medo que ele tem de tossir!

*****

Estava certa vez um homem navegando com seu balão por um lugar desconhecido.
Ele estava completamente perdido, e quão grande foi sua surpresa quando encontrou uma pessoa.
Ao reduzir um pouco a altitude do balão, em uma distância de 10m aproximadamente, ele gritou para a pessoa:
- Hei, você aí, aonde eu estou?
 E então o jovem respondeu:
- Você está num balão a 10m de altura!
Então o homem fez outra pergunta:
- Você é estagiário, não é?
O rapaz respondeu:
- Sim, Puxa! Como o senhor adivinhou?
E o homem:
- É simples, Você me deu uma resposta tecnicamente correta, mas que não me serve para nada…
Então o estagiário pergunta:
- O senhor é chefe no seu trabalho, não é?
E o homem:
- Sou…Como você adivinhou?
E o rapaz:
- Simples: o senhor está completamente perdido, não sabe fazer nada e ainda quer colocar a culpa no estagiário!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Música de quinta: Love Long Distance, por Gossip

Já não é mais quinta, mas a semana está bastante corrida. É carnaval, gente. Não gosta de "pular a folia" (termo horrível)? Tudo bem, tem também o início dos jogos olímpicos de inverno em Vancouver. E esses dois eventos juntinhos trouxeram um volume de trabalho consideráááável para meus colegas e eu.

Enfim, a música da semana surgiu com a notícia de que Gossip tocará em Porto Alegre no mês que vem. Fiquei contente e a fim de ir, até porque parece que os ingressos serão em torno de R$50,00 e o festival onde tocarão será no Pepsi  On Stage, ou seja, um lugar decente.

O videoclipe de Love Long Distance é até fofo, com as cabeças de balão e os patins. A música tem um embalo na medida para você ouvir a qualquer momento. E Beth Ditto não se discute; se escuta. =)


The lirics:

Call yourself a romantic
Let me explain
Been Across the whole Atlantic
And back again
I had it with your antics
Your childish games
Baby
I call your number twice
But it rang and rang
Against my best friends advice
I should be ashamed
(You) Did it to me once
You’ll do it again
So she says
Love long distance
Is testing me trying my patients
I need more of your assistance now
Love long distance
Is testing me trying my patients
I need more of your assistance now
Heard it through the bass line
Not much longer would you be my baby
Work yourself into a panic
Bent outta shape
And then take me for granted
Like nothings changed
All my friends are asking
Why you’re that way
But I can’t explain
Why I call your number twice
And / but it rang and rang
Against my best friends advice
I should be ashamed
You did it to me once
You’ll do it again
She promises
Love long distance
Is testing me trying my patients
I need more of your assistance now
You’re making me crazy
The way that you’ve been acting lately
I need more of your assistance now
Breaking Up or Breaking Down
When I need you, you can’t be found
I want someone who’s around for me
Does it have to be so complicated?
Either way I’m devastated
I could use a little comforting
Love long distance
Is testing me trying my patients
I need more of your assistance now
Love long distance
Is testing me trying my patients
I need more of your assistance now
Love, love, love, love
I need some assistance now
Love
(And) I will Thank you for your cooperation
(And) I will Thank you for your cooperation
Stop playing with me

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O dia em que finalmente encontrei a mim mesma

Nos comentários do post anterior me perguntaram se eu tinha ido a San Telmo para ver a estátua da Mafalda.
A resposta está aí:


Além disso comprei uma bonequinha de pano na Boca que foi colocada ao lado do meu televisor em casa. Coisa fofa!

Demais relatos da viagem farei assim que tiver tempo. Voltei ao trabalho hoje, então preciso me readaptar à rotina de TER compromissos relacionados a horário.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Vuelvo a mi Buenos Aires querido

Depois de dois anos e meio, estou de volta à cidade que mais me apaixonou nesses vinte e sete anos de vida. Havia muito tempo que queria vir para cá para passar dias mais calmos do que na primeira vez em que estive em terra porteña (lembrei-me de que até hoje não escrevi sobre a primeira viagem, realizada antes da criação desse blog), e agora finalmente arrumei tempo/dinheiro para fazê-lo.

Assim, decidi passar uma semana na cidade - e dessa vez decidi vir sozinha, para por à prova minha tal independência. Parênteses: há alguns meses li em uma revista feminina uma matéria interessante sobre o quão independentes nós, mulheres modernas, somos. Basicamente essa matéria encorajava as mulheres a fazerem os principais roteiros urbanos sozinhas para avaliarem o quanto se sentiriam à vontade nessa situação. Entretanto só agora nas férias é que me dispus a fazer uma das ideias sugeridas: ir ao cinema sozinha. Sobrevivi e considerei muito digno. Parênteses fechados.

Felizmente fiz a melhor escolha quanto ao voo. Enquanto o Xuxu se deu mal, comigo a companhia aérea foi gente fina e tudo deu certinho: voo decolando no horário, conexão tranquila, bagagem em perfeito estado, e a vantagem de pousar no Aeroparque, o qual fica dentro da cidade. Resultado: saiu barato, cheguei ao hostel no horário previsto e sem nenhum contratempo. Cadê Murphy?

Falando em hostel... ele é bom, e até agora o recomendo muitíssimo. O único defeito é que ele concentra a maior densidade de brasileiros por metro quadrado da calle Florida, cruz-credo. Tanto é que disse às meninas do meu quarto que de tanto falar e ouvir português teve uma hora em que esqueci que não estou no Brasil... estava me sentindo em São Paulo já. E na primeira caminhadinha pela calle passei por lojas que tocavam Ivete Sangalo a todo volume. Aff!

Mas hoje, segunda-feira, notei a presença de muito mais europeus no café da manhã, e o som que toca aqui no hall é nativo. ¡Ahora sí, las cosas están más correctas!

E o que fiz nesses quase dois dias?

Sábado de tarde, depois de "almoçar" às 16h um Burger King bem básico, corri para a Recoleta (em um subte muuuuuuito quente) para percorrer as ruas à pé, descobrir como sou pobre ao ver as vitrines da av. Alvear e para ter uma crise histérica de consumismo no shopping Buenos Aires Design. Recomendo a loja Morph para comprar charmosos objetos de decoração e um passeio pelo nível Terrazas onde fica um conjunto de cafés lindíssimo - com destaque para o Hard Rock Café.
Depois, percorri a tradicional feirinha de artesanato em frente ao shopping, onde também havia artistas de rua fazendo uma apresentação interativa com adultos e crianças e, cansada, voltei ao hostel de colectivo (ônibus). Não sem antes me admirar com o funcionamento dos ônibus portenhos: não há cobrador, o valor da tarifa é proporcional à distância que você percorrerá e o pagamento (exclusivamente em moedas) é feito direto a uma máquina registradora. E dá certo! No Brasil provavelmente os "espertos" pagariam menos e viajariam por um trecho mais longo do que o indicado para o motorista. Sei lá, dariam um jeito de passar a perna.

A ideia era tomar um banho restaurador e ir para a noite com as goianienses do meu quarto, porém só tive forças para ir com elas até o Burger King da esquina (de novo) e comer um terrível prato de frango com salada! Gente, não confiem na foto de um prato de salada no painel de um fast food. É treta!

Já no domingo de chove-não-molha precisávamos de comida, então descolamos um restaurante na esquina das calles Córdoba e Florida onde almocei a melhor massa com brócolis e tomate da minha vida (o que um fíndi de lanche não faz, né?). Descemos a Córdoba por meia quadra e fomos à Starbucks comer um doce de chocolate maravilhoso, nham.

À tarde, enfrentamos (Ana Paula, Vitor e eu) o chuvisqueiro entremeado de sol caminhando pelos bosques de Palermo com destino ao Jardim Japonês e ao MALBA. O jardim é bonito, é um recanto de paz no meio da metrópole e vale a pena ser visitado, mas no MALBA não pudemos entrar porque no domingo a entrada é free e tinha uma fila interminável. Assim, dali  fomos à fantástica livraria El Ateneo na av. Santa Fé. Imagine o Theatro São Pedro convertido inteirinho em uma livraria e no seu palco uma cafeteria charmosa. É interessante sentar em uma das mesinhas do café e observar a reverência dos portenhos à literatura, o charme dos intelectuais folheando seus livros e sorvendo um café, sem pressa, sem barulho. Um oásis cultural.

Hoje faz sol. Já me despedi dos amigos de Goiânia que fizeram seu checkout e após dar uma relaxada aqui no hall, vou dar uma caminhada por Retiro e San Nicolás mesmo, sem caminhar taaanto quanto nos dias anteriores. Afinal, nas férias é proibido ter pressa.


Links:

Companhia aérea: http://flypluna.com/
Hostel: http://www.hostelsuitesflorida.com/

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Música de quinta: Do the evolution, por Pearl Jam

Independentemente de crer ou não no fim do mundo em 2012 ou qualquer outro ano próximo, não tem como não ficar aterrorizada com a resposta que a natureza - ou Deus, para quem crê - tem nos dado para a conduta humana cada vez mais agressiva. Já entrei em conflito na universidade ao discutir os objetivos do homem a médio e longo prazo em relação ao mundo, sua ética, sua consciência. Mas também já fui contra o discurso eco-chato vazio que a maioria das instituições profere. A questão não é o que todos dizem ser bom, mas o que fazem de bom.

E aí estão catástrofes como o terremoto no Haiti, as enchentes pelo Brasil, os furacões que há muito tempo assolam cidades, tsunamis de maior ou menor escala... algo está errado. O que será?

Meu palpite vem com a bomba musical de Pearl Jam, cuja letra dessa vez vai em português para deixar bem claro:




Faça a Evolução

Woo...
Eu estou a frente, eu sou o homem
Eu sou o primeiro mamífero a usar calças, yeah
Eu estou em paz com minha luxúria
Eu posso matar pois em Deus eu confio, yeah
É a evolução, baby

Eu estou em paz, eu sou o homem
Comprando ações no dia da quebra
No frouxo, eu sou um caminhão
Todas as colinas rolantes, eu irei aplanar todas elas, yeah
É comportamento de rebanho, uh huh
É a evolução baby

Me admire, admire meu lar
Admire meu filho, ele é meu clone
Yeah yeah, yeah yeah
Esta terra é minha, esta terra é livre
Eu faço o que eu quiser, irresponsavelmente
É a evolução, baby
Eu sou um ladrão, eu sou um mentiroso
Esta é minha igreja, eu canto no coro
(Aleluia, Aleluia)

Me admire, admire meu lar
Admire minha música, aqui estão minhas roupas
Porque nós conhecemos, apetite por banquete noturno
Esses índios ignorantes não tem nada comigo
Nada, por que?
Porque é a evolução, baby!

Eu estou a frente, eu sou avançado,
Eu sou o primeiro mamífero a fazer planos, yeah
Eu rastejei pela terra, mas agora eu estou alto
2010, assista isso ir para o fogo
É a evolução, baby!
É a evolução, baby!
Faça a evolução
Venha, Venha, Venha

O que poderia ter sido diferente


Toda vez em que assisto ao filme Efeito Borboleta choro mais do que o esperado para o teor da história, e da última vez não foi diferente. Sempre na mesma cena: quando Evan, o protagonista, decide fazer uma última tentativa de consertar a vida das pessoas à sua volta e sacrifica a sua felicidade para salvar a garota por quem sempre foi apaixonado. Como ele faz isso? Indo até o princípio da relação dos dois e impedindo-a de se afeiçoar a ele. Eu choro porque o rapaz foi e voltou no tempo várias vezes, e sempre algo dava errado ou com sua mãe, ou com seus amigos, ou com a garota, ou com ele mesmo - embora sempre ele tenha priorizado o bem-estar dos outros em detrimento de si - e porque a única maneira de tentar garantir uma vida digna a todos tornou impossível a ele ficar com o seu amor.

Não me xinguem por ter contado a moral do filme, afinal ele é super antigo já. Além do mais, a história é tão complexa que vale assistir por inteiro e se deixar envolver pela angústia de Evan. É absolutamente um dos filmes de que mais gostei em toda a minha vida!

E admito que esse filme não é por default uma obra para emocionar, mas minhas lágrimas vertem porque não dá para não me identificar com o filme. Quem nunca desejou poder voltar no tempo e dar um novo rumo à uma história que não se desenrolou como deveria? Quem é que não convive com pelo menos uma consequência de um episódio cujo controle se perdeu na época? Não tente me convencer de que tudo o que você fez/viveu foi do jeito que deveria ter sido. Isso não existe no mundo real. Pode ser que você tenha superado a questão ou tenha aprendido a viver com as adversidades ocasionadas por ela, mas negar a decepção é no mínimo falácia.

Eu se pudesse voltaria no tempo e mudaria muitas coisas das quais me arrependo irremediavelmente e que me doem até hoje. Há feridas que jamais cicatrizam e, se param de doer, é porque as escondemos sob ataduras protetoras; mas mesmo que cubramos com um band-aid bem colorido, vez por outra alguma ponta de armário vai bater em cheio e nos lembrar de que a maldita ferida continua lá... machucando! Para esses casos seria ótimo retroceder até instantes antes da m**** acontecer e tomar outra atitude, mas levando para o passado a bagagem (a consciência) de tudo o que até então ocorreu em decorrência do erro - como no filme!

Se assim fosse, eu teria uma chance kamikaze de dizer a duas pessoas o quanto eu gostava delas. Logicamente em tempos diferentes e, dependendo do caso, sequer haveria a segunda pessoa. Eu poderia ter me desafiado a realizar um esforço sobrehumano na universidade e hoje estar formada e livre para tantos outros projetos que estão envelhecendo. Teria participado mais da vida de pessoas tão importantes mas que já não estão nessa vida. Enfim, entre tantas outras coisas que hoje são apenas rabiscos do que poderia ser uma história digna. Grande parte vinculada a pessoas, ou seja, aquilo que toma um rumo inesperado é quase sempre o que é escrito a pelo menos quatro mãos.

E o que mais doi ao ver o filme e fazer um paralelo com a vida real é que de fato quando pretendemos proteger a quem amamos, há uma significativa probabilidade de sairmos perdendo de alguma maneira. Ou seja, se desejamos a nossa felicidade e tomamos decisões [erradas] mirando-a, muito possivelmente alguém vai ser lesado. Isso na minha opinião tem, sim, relação com a Teoria do Caos:

Ao efeito da realimentação do erro foi chamado mais tarde por Lorenz de Efeito Borboleta, ou seja uma dependência sensível dos resultados finais às condições iniciais da alimentação dos dados. Assim, qualquer que fosse a distância entre dois pontos diferentes, depois de um tempo os pontos estariam separados e irreconhecíveis.
Normalmente este efeito é ilustrado com a noção de que o bater das asas de uma borboleta num extremo do globo terrestre, pode provocar uma tormenta no outro extremo no intervalo de tempo de semanas.

Fonte: Teoria do Caos @Wikipedia

Cabe a você e a mim decidir quem é que pode suportar mais as consequências de cada pequena decisão própria. Mesmo que ela seja "apenas" uma leve batida de asas.

Minha essência sempre tendeu à abnegação e isso vigorou por quase toda a minha vida, e acredite, eu não era infeliz, se for possível simplificar tanto assim a coisa. Mas com a maturidade e as pedreiras da vida eu mudei - ou melhor, criei uma espécie de carapaça - que se por um lado me protege, por outro me enrijece. E é nisso que está o problema de uma estrutura rija: de fora para dentro faz bem o seu papel, porém de dentro para fora se torna um pesado obstáculo.

O personagem do filme não é e nunca se deixou ficar assim. Pelo contrário, a cada experiência mal sucedida ele via a necessidade maior de voltar a um dos episódio-chave da sua vida e dar um novo rumo. Enquanto todos os outros não estivessem bem, enquanto ele estivesse vivo, ele tentaria mais uma vez. Até que chegou a um ponto de equilíbrio, sob a sua difícil decisão de abnegar da própria felicidade. Foi muito nobre!

Assim, pense: O que você gostaria de reescrever na sua vida? Seria isso possível? Viável? As consequências seriam melhores ou mais amenas do que a realidade pura? Faça esse exercício de reflexão; não me surpreenderei se você encontrar páginas que mereçam ser reescritas e força para fazê-lo. Se existe uma nova chance, do it!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Ah.... o verão [das praias gaúchas]!

Seguindo na linha do conteúdo provido por terceiros (pois continuo sem tempo para pensar com a própria cachola), segue uma boa descrição do veraneio gaúcho que poderia ter sido escrita por qualquer um de nós, veranistas sul-riograndenses.

*****

Está chegando o verão e com ele o veraneio, como chamamos aqui no Sul.

Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baías, morros, re-entrâncias ou recortes. Nada! Apenas uma linha reta, areia de um lado, o mar do outro.

Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas e devia estar em Santa Catarina.

Característica nossa, não gostamos de intermediários.

Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia. Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima.

O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa.

É marrom!

Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.

Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra. Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.

Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de nordestão – e o sul, cuja origem é a Antártida.

O nordestão é vento com grife e estilo... estilo vendaval.

Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa. A propósito, provoca um fenômeno único no universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.

Outra coisa: nosso mar é pra macho! Água gelada, vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico.

Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do Sul: Caça ao guardassol. Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona, colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.

Chega o nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela orla e você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.

O vento sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.

Raramente, mas acontece, somos brindados com o vento leste, aquele que vem diretamente do mar para a terra. Aqui no Sul, chamamos o vento leste de ‘vento cultural’, porque quando ele sopra, apreendemos cientificamente como se sentem os camarões cozinhados ao bafo.

E, em todos os veraneios, acontece aquele dia perfeito: nenhum vento, mar tranquilo e transparente, o comentário geral é: “foi um dia de Santa Catarina, de Maceió, de Salvador” e outras bichices. Esse dia perfeito quase sempre acontece no meio da semana, quando quase ninguém está lá para aproveitar. Mas fala-se dele pelo resto do veraneio, pelo resto do ano, até o próximo verão.

Morram de inveja, esta é outra das coisas de gaúcho!

Atenta a essas questões, nossa industria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.

A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato porque fica longe do mar, cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta, quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno. Você vai lá e compra um.

Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete, se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.

Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo é claro ao plano-diretor do condomínio que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo.

O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade? Aderimos, é claro. Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores as dos vizinhos, colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV à cabo, plasma ou LSD, linhas telefônicas, enfim, veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade.

Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval. Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar parados nas nossas praias. Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite. Quase todos na mesma hora, ida e volta.

É assim que, na sexta-feira, pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.

Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite.

E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.

Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo: Graças a Deus que terminou esta bosta de veraneio!

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Desconheço a autoria, mas recebi da Aninha por e-mail. E esse texto explica o porquê de eu não fazer questão neeeeeeenhuma de ir até Tramandaí dezenas de vezes por ano. 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ação promocional feita por quem manja de criatividade

Quando você vê publicidade no Brasil, geralmente vê:
- Mulheres gostosas para vender bebidas - de biquini na praia para vender cerveja ou elegantes na balada para vender destilados;
- Pegação/azaração para vender produtos jovens - pode ser refrigerante, pode ser moda teen;
- Poder/luxo/sedução para vender carros;
- Artistas populares para vender sabão em pó.
- Musa do axé para vender todo o resto.

É ou não é?

Por isso me surpreendo e bato palmas para as campanhas realmente criativas que se vê mundo afora. Como essa do Mini Cooper que descobri no blog do Alessandro Temperini e que colocou uma caixa do carro no lixo, como se fosse um brinquedo. Veja a reação das pessoas ao encontrar a caixa na calçada:



Quantas ações promocionais impactantes vemos por esses pagos?