terça-feira, 4 de agosto de 2009

O seu espaço, o meu espaço

Escrevo esse texto pensando assim: "espero sinceramente não estar incomodando os vizinhos com o barulho da máquina de lavar a essa hora da noite". A seguir replico que, se incomodar, dane-se e fique pelas vezes em que tive de ligar para o zelador reclamando do vizinho do lado - velho conhecido de quem acompanha meus tweets.

Pelo menos meu barulho é o de uma dona de casa atarefada cujo único horário que resta para organizar a roupa é no final da noite, ao contrário do guri que se esconde e se mostra pela janela em frente à minha, enquanto ouve suas músicas em alto (muito alto) e bom som e na hora que bem entende.

Também é diferente do barulho da vizinha ninfomaníaca que morava logo abaixo dele, com a qual aprendi a suportar radionovelas pornôs e, eventualmente, imagens também. Já contei da vez em que estava estendendo roupa no varal sob minha janela e, devido a um celular que tocou no apartamento da moçoila, tive de ver seu namorado correr pelado para atender a chamada? Ah, pois é... Ao menos ele era bonitão! "Era", porque ele a engravidou e eles foram morar juntos em um lugar maior. Viu só? Sei tudo da vida alheia, mesmo sem ter pedido para saber. Cuidado com o que você demonstra para mim, eu posso muito bem desvendar a sua história! :o)

Entretanto procuro cuidar muito essa questão de barulho porque considero de extremo mau gosto invadir a privacidade alheia. No momento em que você decide morar sozinho, é bem provável que desejará ficar em silêncio algumas vezes, ou mesmo fazer o seu próprio barulho - aquele que não ultrapassar suas quatro paredes, claro. Então ouço música baixinho, às vezes peço para meus amigos maneirarem no tom da voz à noite, tiro o salto tão logo entro pela porta, não ligo o aspirador de pó muito tarde, entre outras medidas. E gostaria muito que as pessoas entendessem essa mensagem a partir do exemplo que tento passar... sem precisar ser desagradável e reclamar.

Se bem que uma coisa preciso admitir: o vizinho das músicas altas (e chatas) está tão ressabiado quanto os chimpanzés que levavam mangueiradas d'água ao tentar pegar um cacho de bananas daquele experimento comportamental. De tanto que liguei para o zelador, chega 22h agora e automaticamente ele cessa a emissão dos seus decibéis malditos. Afinal, se você não aprende o tamanho do seu espaço por bem, aprenderá na base da mangueirada d'água!

Um comentário:

  1. Que eu sempre tenha vizinhas conscientes como vc. Parabéns!

    Quanto a vizinha ninfomaníaca na janela da frente não é algo que eu chamaria de ruim... 8).

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