sexta-feira, 12 de junho de 2009

A noite dos namorados do ano passado

Há datas comemorativas que mexem com quem tem o que comemorar e com quem não tem também. Dia das mães: a maioria das pessoas ou dá ou recebe um presente pela maior parte da sua vida. Dia dos pais idem. Dia das crianças: não tente privar seu filho/afilhado ou irmãozinho de um presente (a.k.a. brinquedo), caso contrário o beiço quilométrico estará feito. Natal então... é o maior devorador de décimos terceiros que existe.

E o dia dos namorados, não é só para quem tem namorado(a)?
Deveria ser, mas convenhamos que todos fazemos planos para não passar em branco pela data. Estou falando conosco, solteiros, obviamente. Quem é que em sã consciência deseja passar a noite dos namorados assistindo à sua novela normalmente em casa, comendo um sanduíche e indo dormir cedo e sozinho? Não, não! Vamos para um boteco beber-cair-levantar, vamos para uma balada animadíssima, vamos reunir amigos solteiros para fazer um manifesto contra essa data de casais apaixonadinhos. Enfim, a noite dos namorados vira noite dos solteiros também, e pronto.

Assim, no ano passado minha amiga Josie me convidou para jantarmos em algum lugar (puro pretexto, o negócio era beber e dar risadas mesmo). Era seu primeiro ano solteira depois de uns 10 anos e eu curti a ideia. Então exploraríamos os botecos da sempre acolhedora de boêmios Cidade Baixa e depois, como ela combinou com o seu irmão para ele dormir na casa do namorado, eu ficaria dormindo em seu apê.

Bom, ao chegar apê da Josie encontrei sua mãe e seu tio, que estava terminando a instalação de algum treco em uma parede. Ao descermos todos juntos (eles indo embora), a mãe dela sugeriu que devido ao serviço camarada do tio ela ao menos lhe oferecesse um jantar. Ótima iniciativa, mas... justo naquela noite?! Sim, apesar da minha expressão de desaprovação, foi naquela noite. Rumamos os quatro para uma pizzaria do bairro em um programa super família.
Não seria de todo mau, uma vez que após jantarmos eles realmente iriam embora e ainda era cedo da noite. Mas... e tudo na vida tem um "mas"... lá pelo meio do jantar percebemos - Josie e eu - que o tio dela estava se lançando para mim. OMG, OMG. Insistindo oferecendo bebidas, sendo gentil, prestando muita atenção no que eu dizia, praticamente um gentleman; só que ele não é somente o tio da minha amiga, é o perfeito tiozão, tá entendendo?

Depois de finalmente terminarmos o jantar e voltarmos até a calçada do prédio da Josie, na hora da despedida tive que ouvir mais alguns gracejos do tiozão. Tá, tá, beijonãomeliga, tchau! E o carro finalmente arrancou. Ufa...

Bem, já estava frio, já estava ficando tarde (sendo quinta-feira ainda tínhamos que acordar cedo no dia seguinte), então decidimos subir para tomar uma garrafa de vinho assistindo TV mesmo.

Lembra que eu disse mais acima que o irmão dormiria na casa do namorado? Pois bem... ainda antes, quando cheguei no apartamento ele estava lá, tomando banho para sair com o namorado. Aí toca a campainha e chega o dito cujo, com um buquê de rosas lindo. Muito fofo! E saíram os pombinhos.
Bom, o que aconteceu é que quando já estávamos as duas debaixo das cobertas assistindo TV e na metade da garrafa de vinho, os dois chegam de volta. E o irmão disse que eles não lembro por que motivo dormiriam ali. O apartamento é de um dormitório e por isso mesmo geralmente ela e o irmão costumavam fazer um regime de escala para passar a noite quando recebiam visitas, mas no fim das contas a noite de 12 de junho terminou com uma cama gigante armada no chão e eu, solteira, dormindo ao lado de um casal gay apaixonadíssimo.

Quer saber? Dessa vez vou beber vinho até esquecer que dia que é hoje!

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