segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Vuelvo a mi Buenos Aires querido

Depois de dois anos e meio, estou de volta à cidade que mais me apaixonou nesses vinte e sete anos de vida. Havia muito tempo que queria vir para cá para passar dias mais calmos do que na primeira vez em que estive em terra porteña (lembrei-me de que até hoje não escrevi sobre a primeira viagem, realizada antes da criação desse blog), e agora finalmente arrumei tempo/dinheiro para fazê-lo.

Assim, decidi passar uma semana na cidade - e dessa vez decidi vir sozinha, para por à prova minha tal independência. Parênteses: há alguns meses li em uma revista feminina uma matéria interessante sobre o quão independentes nós, mulheres modernas, somos. Basicamente essa matéria encorajava as mulheres a fazerem os principais roteiros urbanos sozinhas para avaliarem o quanto se sentiriam à vontade nessa situação. Entretanto só agora nas férias é que me dispus a fazer uma das ideias sugeridas: ir ao cinema sozinha. Sobrevivi e considerei muito digno. Parênteses fechados.

Felizmente fiz a melhor escolha quanto ao voo. Enquanto o Xuxu se deu mal, comigo a companhia aérea foi gente fina e tudo deu certinho: voo decolando no horário, conexão tranquila, bagagem em perfeito estado, e a vantagem de pousar no Aeroparque, o qual fica dentro da cidade. Resultado: saiu barato, cheguei ao hostel no horário previsto e sem nenhum contratempo. Cadê Murphy?

Falando em hostel... ele é bom, e até agora o recomendo muitíssimo. O único defeito é que ele concentra a maior densidade de brasileiros por metro quadrado da calle Florida, cruz-credo. Tanto é que disse às meninas do meu quarto que de tanto falar e ouvir português teve uma hora em que esqueci que não estou no Brasil... estava me sentindo em São Paulo já. E na primeira caminhadinha pela calle passei por lojas que tocavam Ivete Sangalo a todo volume. Aff!

Mas hoje, segunda-feira, notei a presença de muito mais europeus no café da manhã, e o som que toca aqui no hall é nativo. ¡Ahora sí, las cosas están más correctas!

E o que fiz nesses quase dois dias?

Sábado de tarde, depois de "almoçar" às 16h um Burger King bem básico, corri para a Recoleta (em um subte muuuuuuito quente) para percorrer as ruas à pé, descobrir como sou pobre ao ver as vitrines da av. Alvear e para ter uma crise histérica de consumismo no shopping Buenos Aires Design. Recomendo a loja Morph para comprar charmosos objetos de decoração e um passeio pelo nível Terrazas onde fica um conjunto de cafés lindíssimo - com destaque para o Hard Rock Café.
Depois, percorri a tradicional feirinha de artesanato em frente ao shopping, onde também havia artistas de rua fazendo uma apresentação interativa com adultos e crianças e, cansada, voltei ao hostel de colectivo (ônibus). Não sem antes me admirar com o funcionamento dos ônibus portenhos: não há cobrador, o valor da tarifa é proporcional à distância que você percorrerá e o pagamento (exclusivamente em moedas) é feito direto a uma máquina registradora. E dá certo! No Brasil provavelmente os "espertos" pagariam menos e viajariam por um trecho mais longo do que o indicado para o motorista. Sei lá, dariam um jeito de passar a perna.

A ideia era tomar um banho restaurador e ir para a noite com as goianienses do meu quarto, porém só tive forças para ir com elas até o Burger King da esquina (de novo) e comer um terrível prato de frango com salada! Gente, não confiem na foto de um prato de salada no painel de um fast food. É treta!

Já no domingo de chove-não-molha precisávamos de comida, então descolamos um restaurante na esquina das calles Córdoba e Florida onde almocei a melhor massa com brócolis e tomate da minha vida (o que um fíndi de lanche não faz, né?). Descemos a Córdoba por meia quadra e fomos à Starbucks comer um doce de chocolate maravilhoso, nham.

À tarde, enfrentamos (Ana Paula, Vitor e eu) o chuvisqueiro entremeado de sol caminhando pelos bosques de Palermo com destino ao Jardim Japonês e ao MALBA. O jardim é bonito, é um recanto de paz no meio da metrópole e vale a pena ser visitado, mas no MALBA não pudemos entrar porque no domingo a entrada é free e tinha uma fila interminável. Assim, dali  fomos à fantástica livraria El Ateneo na av. Santa Fé. Imagine o Theatro São Pedro convertido inteirinho em uma livraria e no seu palco uma cafeteria charmosa. É interessante sentar em uma das mesinhas do café e observar a reverência dos portenhos à literatura, o charme dos intelectuais folheando seus livros e sorvendo um café, sem pressa, sem barulho. Um oásis cultural.

Hoje faz sol. Já me despedi dos amigos de Goiânia que fizeram seu checkout e após dar uma relaxada aqui no hall, vou dar uma caminhada por Retiro e San Nicolás mesmo, sem caminhar taaanto quanto nos dias anteriores. Afinal, nas férias é proibido ter pressa.


Links:

Companhia aérea: http://flypluna.com/
Hostel: http://www.hostelsuitesflorida.com/

4 comentários:

  1. Oi Tati! Que luxo!!! Aproveita ai, BsAs está na minha lista p/ esse ano!
    Tu já foi visitar a estátua da Mafalda no barrio San Telmo?

    Besos

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  2. Ainda nao, mas é uma das coisas que preciso obrigatoriamente fazer, hehehe.
    Besito!

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  3. Ótima visita, Tati. Totalmente cultural. só me faça o favor de sair daí com bastante fotos pra mostrar. Teu blog tem um excelente conteúdo!! parabéns!! Te seguirei sempre. bjs.

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  4. Oi Tati, sobre ir ao cinema sozinha, realmente é uma experiência interessante. Passei por isto quando saí de Santa Maria e vim pra POA há alguns bons anos atrás. No início eu me sentia estranha, como um peixe fora d'água. Depois, passou a ficar natural. Pior foi ir a um show (de música) sozinha no salão de atos da UFRGS. Quando todo mundo levantou para dançar, eu ali sozinha...hahaha foi bem estranho mas acabei entrando na dança também...

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