terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

No carnaval é impossível ter paz

 
Quando escrevi o tweet acima, acabara de embarcar em um ônibus com destino ao litoral gaúcho, a fim de visitar meus pais que continuam morando por lá. Qual não foi meu entusiasmo ao me acomodar na poltrona, dar uma olhadinha em volta e ver/ouvir:
- Uma média de 3 filhos por mãe;
- Cerca de 2 pacotes de bolachas e salgadinhos por filho;
- Trocentos pedidos ao estilo "Mãe, me leva no banheiro?", "Eu quero chegar logo!", "Tô com fome..."

Eu realmente gosto de crianças e sempre me dei muito bem com elas, mas não suporto criança mal educada e espaçosa. Especialmente porque isso reflete uma negligência dos pais na sua criação e um efeito bola-de-neve entre as gerações. É aquela questão da falta de limites que é tão comum hoje em dia, sabe? No meu tempo a coisa era bem diferente, e praticamente sem nenhuma palmada meus pais me criaram de modo que sempre fui comportada quando necessário. Corria pela rua brincando com os meninos, passava trote em telefone público, também brincava de boneca com as amiguinhas, não gostava de comer salada (mas nem por isso fazia birra), enfim: fui uma criança com os mesmos hábitos marotos da maioria. A diferença é que meus pais sempre me ensinaram a ser bem-educada com todos e a jamais fazer escândalo em público. Então definitivamente não suporto crianças "donas de si".

Assim, não há necessidade alguma de fazer alvoroço em uma viagem de uma hora e meia, nem de fazer um piquenique sobre a poltrona. Sério, penso que algumas pessoas (adultas inclusive) que vão para o litoral no verão nunca saíram de casa antes e tratam uma viagem de ônibus como a aventura mais emocionante das suas vidas! Coisa triste! Aí a mãe enche a bebê de comida e a pobrezinha vomita dentro do ônibus... sim, também isso aconteceu na lamentável viagem. 

Por sorte no domingo pela manhã a auto-estrada estava livre e cheguei na beach house no tempo mínimo. Claro, não sem antes assistir aos passageiros gritando que querem descer na parada tal, pedindo para o ônibus parar fora do ponto para desembarcarem em frente às suas casas e não tomar chuva (a linha que vai até a "minha" praia faz um itinerário pinga-pinga ao longo da Av. Interpraias e tem diversos pontos de desembarque). A minha impressão era a de que a única pessoa com bom senso naquele grupo de passageiros era eu mesma.

Finalmente em casa, meus pais contam que a casa do vizinho que faz divisa ao fundo do pátio foi "invadida" por um bando de funkeiros que costumam manter o som ligado em um volume altíssimo até altas horas da madrugada. - Ué! Chama a Brigada Militar da próxima vez, oras! - foi o que eu disse prontamente. Vocês sabem que eu adoro pedir para vizinhos calarem a boca, né? =) Mas tenho a satisfação de contar que não foi preciso pedir a intervenção pública nas noites subsequentes. E durante o dia eu não podia argumentar... então fui obrigada a me atualizar acerca dos hits populares do verão. Até minha mãe os cantarolava inconscientemente ao longo do dia.

Não fez sol. Não que eu faça questão de ir para a areia das nossas lindas praias, mas chover todos os dias também é meio complicado, né?! A gente acaba apenas comendo e tomando chimarrão com a vizinhança. E como minha tia confeiteira mora ao lado, sair da dieta é compulsório:


Ou seja, nem paz com a balança se pode ter nessas horas. Quem pode resistir ao Bernardo - meu primo loiro de olhos azuis, gatíssimo e... com 2 aninhos - entrando pela porta trazendo nas mãozinhas um prato de rabanadas recém feitas?

Bem, para aproveitar o tempo livre procurei trabalhar em um freela que preciso entregar em breve, só que o software que precisava usar para desenvolver estava corrompido e o CD para reparar a instalação ficou em Porto Alegre, é óbvio. Nem San Google através do 3G 2G da Vivo me valeu naquele momento de tribulação!

Agora tudo deveria estar ótimo: de volta à cidade grande (super gelada), com o problema do software resolvido e em um silêncio só quebrado pelo Metallica que estou ouvindo. Todavia, tão logo cessou a chuva, comecei a ouvir a batucada do maldito bloco de carnaval que fica e-xa-ta-men-te na frente do meu edifício. 
Assim não dá. Definitivamente não dá!

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