segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Meus sonhos já foram mais agradáveis

Há algum tempo eu era muito conhecida entre meus amigos como aquela que sempre tinha histórias malucas para contar a partir dos sonhos. Sim, talvez pela natureza do meu trabalho - que envolve criatividade e viajadas mentais - ou talvez pela quantidade excessiva de atividades que me fazem chegar em casa à noite e ter a terrível sensação de que o cérebro está rotacionando como um motor furioso, o fato é que ao conseguir adormecer geralmente estrelo filmes oníricos sem pé nem cabeça. Também não procuro me informar sobre a possível causa ou mensagem que tal sonho quer me passar (se é que existe alguma), mas caberia uma reflexão de vez em quando.

Por exemplo: o que quereria significar um sonho em que me vejo tentando arrumar meus móveis e eletrodomésticos em um canto da sala da casa dos meus pais, brigando com a disposição dos mesmos para ficar aprazível? Era uma sensação angustiante de fazer caber em um espaço de uns 3 metros quadrados o fogão, a máquina de lavar, uma centrífuga (detalhe: eu não tenho uma centrífuga) e não conseguir dispô-los nunca. Uma coisa esbarrava na outra, tudo ficava extremamente apertado, com um layout péssimo, e toda reacomodação tentada era um fracasso. Esses sonhos que transmitem angústia são frequentes e deixam um resíduo ruim o dia inteiro... às vezes por mais de um dia.

Bom, talvez esse sonho reflita figuradamente um receio de algo não dar certo e eu ter de voltar a morar com meus pais, e que o meu universo particular já não caberia mais nessa realidade. É o que acontece com muita gente: algum revés faz com que tenhamos que dar um passo atrás, adiar planos, só que nossa vida caminhou até certo ponto onde não é mais possível se desfazer das experiências conquistadas. E aí? O que fazer com tudo o que construímos, por mais que seja um pequeno mundinho?

Felizmente existem muitos outros que conseguem segurar as pontas e, pouco a pouco, ir sedimentando as escolhas - por mais duras que tenham sido. Não há nenhuma garantia de que impetuosidade ganhe batalhas e muito provavelmente ela é sinônimo de inconsequência, conclusões a que só chegamos com as derrotas do tempo. Por enquanto estou nesse time, e espero não virar a casaca!

Ou talvez esse sonho tenha a ver com a insatisfação que tenho com o tamanho do apartamento onde moro. Nada está amontoado, mas também não caberiam novos móveis que gostaria de comprar; nem tenho como decorar do jeito que quero, já que estou sempre pensando que morarei ali provisoriamente e logo me mudarei para um lugar maior. Esse provisório já dura mais de um ano, anyway.

Não sei, não sei... mas até agora não sai da minha cabeça a cena de eu braba tentando socar a tal centrífuga ao lado da máquina de lavar, argh!
Será que vou ganhar uma de aniversário? :o)

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