sábado, 3 de abril de 2010

Eu entendo, claro, mas... não compreendo

Há pouco li no twitter da Dee - uma das meninas goianienses que conheci nas últimas férias - alguma reclamação sobre uma amiga que, por estar namorando, deixou de procurá-la como antigamente. Ato contínuo, enumerei os amigos e amigas que já fizeram isso comigo (e continuam fazendo) para, logo depois, dedicar-lhes um sonoro f***-se! Taí uma coisa que eu sinceramente não suporto, não aceito e não defendo.

Se você deseja que eu não seja amiga da sua nova paixão, basta deixar de falar comigo normalmente como quando nos teus tempos de solteiro(a). Você terá sucesso imediato! Digo isso porque não tenho problemas de ciúme dos meus amigos (a menos que eu esteja interessada em um deles, hehe) e obviamente ao ser apresentada à pessoa a chance de simpatizar com ela será grande; mas se você, amigo(a) querido(a), toma chá de sumiço tão logo troque seu status para "commited" nas redes sociais (e conheço gente que faz isso no dia seguinte ao primeiro encontro), automaticamente interpretarei tal atitude como represália da sua metade [azeda] da laranja - vulgo coleira - e antipatizarei com tal criatura. Pelo menos até que me provem o contrário...

Entendo perfeitamente que a rotina mude quando se assume um compromisso com uma pessoa por quem se esteja enamorado, assim como estou ciente de que nesse período se quer estar com esse alguém em todos os momentos possíveis. A gente tem sede de conhecer melhor cada característica, cada pequena mania, discutir assuntos bobos e nem tanto, fazer tooooodos aqueles programinhas típicos de casais, assistir àqueles filmes açucarados que você (especialmente se for homem) não tem coragem de encarar sozinho e passar um clássico final de semana em Gramado. Aliás, ir para a Serra deve estar em alguma cartilha dos relacionamentos amorosos, né? Todo mundo faz.

Só que isso não deveria afastar os pombinhos do seu círculo de amizades, muito pelo contrário. Não tem coisa mais idiota do que rejeitar repetidos convites para um encontrinho entre amigas porque agora TEM que encontrar fulano depois do expediente. Aí eu deixo passar um tempinho e proponho outro convite, noutro dia, para colocar as fofocas em dia. Não dá outra vez, pois já combinou de fazer não-sei-o-que com o namorado (e não dá para desmarcar nem adiar). Então eu espero que a amiga encontre um espaço na sua agenda para ela mesma convidar para fazer algo... e ela não liga mais. Nem manda um e-mail para - já que o tempo está curto - saber e mandar notícias. Ela simplesmente some. Isso obviamente vale para os amigos homens também, com quem frequentemente eu bebia um choppinho, ia a shows, saía para jantar, para alguma balada. Eles também somem!

O que faço? Cartão amarelo e banco de reservas. Afinal a vida continua, colorida, etílica, cultural, problemática ou hilariante. Porém extremamente chateada com a falta de sensibilidade alheia.

E sabe o que me deixa ainda mais fula da vida? É que em pelo menos 80% das vezes em que o isolamento amoroso acontece, o indivíduo um dia tem sua bolha estourada por algum problema (ou simplesmente pela realidade dura) e "pluft!", cai no mundo real. E você já sabe para quem irá correndo chorar as pitangas, né? Claaaaro, para você, amiga de fé. Não mais que de repente você recebe uma ligação no seu celular que só não desconhece porque manteve o número na agenda. Até porque não tem coisa mais chata do que você deletar um número da sua lista de contatos e depois ver aquela sequência numérica levemente familiar piscando na tela, pensando: "atendo ou não atendo?". Por essas e por outras eu dificilmente deleto um contato.

Mas voltando: se você atende a chamada, poderá ouvir uma voz amigável perguntando 'como tu tá?', para logo que tiver oportunidade contar como as coisas [não] vão bem ou terminaram. Cara, muito eu já ofereci meu ombro nessas horas, mas hoje em dia não faço mais não. Meu nível de tolerância caiu e muito com esse tipo de gente nos últimos anos, assim como o conceito desses "amigos".

Porque amigo de verdade pode se afastar por motivos mais duros, mas nunca por causa da troca de estado civil. E isso é um ótimo filtro para enxergar e classificar melhor as pessoas que passam pela vida da gente, pois se uma pessoa corta relações por encontrar quem lhe cure a carência ou pelo que encontrou entre as pernas de alguém, pense: ela não merece a sua confiança.

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