Eu não voltaria a este espaço antes de remodelá-lo; e sinto que há necessidade de fazer isso uma vez que é perceptível que a autora está em processo de remodelagem. Entretanto acabei de me deparar com a música abaixo tocando quase que por acaso na minha playlist caseira e, preciso registrar, ela me tocou profundamente. Há bastante tempo tenho o álbum "Sou" do Marcelo Camelo e já o ouvi algumas vezes, porém hoje, precisamente hoje, ouvir esta faixa foi como que descobrir que ele sentia o mesmo que ando sentindo quando a escreveu. Tão simples, tão sincera, tão real.
Confesso que passei até a simpatizar um pouquinho com Mallu Magalhães após ouvir isto. Mas admito que ainda não escutei nada dela agora que está quase adulta, e não terei receio de mudar de opinião se rolar a empatia.
segunda-feira, 21 de março de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Que tal resgatar o seu amigo imaginário?
Assistindo a esse curta da safra 2010 das "Histórias Curtas" da RBS fui enviada lá para minha infância em Canoas City, quando, vivendo em uma casa com quatro adultos e sendo filha única, confiava muito no meu amigo imaginário.
Não, ele não se chamava Murphy, ok? Esse eu conheci depois de adulta.
Era um menino da minha idade e que curtia fazer todas as coisas que eu curtia. Éramos unha e carne, companheiros de brincadeiras e de conversas muito viajadas. Com o passar do tempo ele resolveu ir embora, pois estava se sentindo preterido em função dos meus amiguinhos reais.
<mulherzinha>O Felipe Monaco, protagonista do curta, é um BOM ator, não é? Adoro quando topo com ele aqui na minha rua - o que não é muito infrequente, diga-se de passagem.</mulherzinha>
Mas e você? Tinha um amigo só seu como as personagens do curta e eu?
Não, ele não se chamava Murphy, ok? Esse eu conheci depois de adulta.
Era um menino da minha idade e que curtia fazer todas as coisas que eu curtia. Éramos unha e carne, companheiros de brincadeiras e de conversas muito viajadas. Com o passar do tempo ele resolveu ir embora, pois estava se sentindo preterido em função dos meus amiguinhos reais.
<mulherzinha>O Felipe Monaco, protagonista do curta, é um BOM ator, não é? Adoro quando topo com ele aqui na minha rua - o que não é muito infrequente, diga-se de passagem.</mulherzinha>
Mas e você? Tinha um amigo só seu como as personagens do curta e eu?
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Um destino tão fabuloso como o de Amélie
Na noite passada procurei corrigir uma falha antiga, frequentemente apontada pelas pessoas à minha volta: assistir ao Le fabuleux destin d'Amélie Poulain.
Evidentemente o filme saltou para as posições iniciais do meu ranking pessoal tão logo o destino de Amélie começou a mudar, tamanho foi o impacto da sua história na desta autora. Exagero?
Não, e explicarei o porquê.
São muitos os momentos de questionamento que tenho enfrentado desde que decidi que não suportaria mais conviver com as frustrações que me calcificaram ao longo dos anos. Imagine que, tendo compreendido que era hora de reconstruir os alicerces, você se vale de uma talha para quebrar o exoesqueleto e... bem, você fica vulnerável. Assim estou eu. Se por um lado me encontro aberta a tudo, aceitando os conselhos que outrora refutava e descobrindo um novo jeito (mais leve) de ver as coisas, por outro lado estou emotiva demais. Algo que outras pessoas experimentam - e até curtem, por que não? - para mim pode significar uma experiência muito mais profunda; uma lição; uma descoberta; um certo enxergar a mim mesma em uma simples personagem.
Amélie teria justificados motivos para viver uma vidinha inerte em seu pequeno mundo construído a partir das poucas experiências que teve desde a infância - infância essa tolhida, dramática e isolada -, entretanto permitiu aflorar sua essência meio altruísta, meio justiceira e totalmente sonhadora para fazer o que julgava certo pelos outros. Em contrapartida não encontrava coragem para realizar o que, possivelmente, faria feliz a ela mesma. It's me.
Não meço esforços para fazer o bem a quem amo / adoro / simpatizo / considero pra caramba, e não raro coloco-me em segundo plano em função disso. E não dói, sabe? Pelo contrário, faz um bem enorme ver que pude auxiliar alguém a ser um pouquinho mais feliz, e acredito firmemente que se todos pensássemos genuinamente assim o mundo seria um tantinho mais doce.
Bom, só que quando é hora de fazer algo por mim mesma, ferrou. Parece que imediatamente desaprendo todas as fórmulas de sucesso e faço tudo errado (isso quando faço!). É insuportavelmente constrangedor não ter o domínio sobre as próprias emoções e, com um receio além do aceitável, me esconder dentro da concha por ter medo de falar demais/o que não devia. E eu sou campeã em falar a coisa errada na hora errada.
Na verdade hoje meu psicoterapeuta saiu-me com a seguinte frase: "Tati, tu és uma pessoa fantástica, e o é justamente por passar 24 horas/dia pensando, racionalizando tudo. Mas é hora de desligar o teu cérebro; desliga-o exatamente nas horas em que precisar tomar as tuas decisões mais importantes".
E ele tem razão ao afirmar isso: meu problema é a mania de pensar nos prós e nos contras de toda ação que eu cogite realizar. Porém não são apenas os prós e contras da ação imediata que coloco na balança, e sim todo o enredo que vier a se desenrolar depois. Sabe-se lá qual será a próxima cena da história?! Não há como prever qualquer evento que não dependa unicamente de você. Desde seu chefe até o amor da sua vida... não há como saber previamente qual será a reação do indivíduo. Não se engane. Tati, não te engana!
Então, ao ver a desajeitada Amélie criar sua estratégia de gato-e-rato para cumprir dois objetivos (atrair o rapaz por quem já estava perdidamente apaixonada e concomitantemente testá-lo para se assegurar de que realmente os dois são muito parecidos) me identifiquei imediatamente. Não que costume usar estratagemas como comunicação por meio de cartazes afixados em uma estação de metrô , mas eu poderia encarar diretamente as coisas. Quem sabe um dia aprenda a ser mais confiante. Quando tiver guardado em uma caixinha velha as histórias que já vivi e foram mais frustrantes do que felizes.
Mas, espere aí! Essas histórias já estão guardadas no sótão! Sim, definitivamente estão em seu devido lugar, a maioria delas bem organizada e com o único propósito de ter feito parte do meu passado. Então já é hora de experimentar um fabuloso destino como o de Amélie!
Claro esteja que não me refiro tão somente ao lado afetivo da coisa. Infelizmente deixava de tomar atitudes em diversos aspectos da vida, tornando-me acomodada em praticamente tudo. Como ouvi de uma pessoa há certo tempo, "parece que deixei passar muitos anos em branco". Ei, isso sim doeu! Mas também ajudou-me a cair na real e promover a mudança que já era mais do que necessária.
Com isso tudo e com as perspectivas que se desenham daqui para frente (fruto dessa mudança interior em andamento), penso que é um [feliz] caminho sem volta. Ainda falta um bom trecho de estrada para percorrer, estou ciente, durante o qual será possível aprender a ser uma pessoa melhor. Porém já não é tão duro; hoje sou um muito mais Amélie Poulain do que Vicky ou Cristina.
Evidentemente o filme saltou para as posições iniciais do meu ranking pessoal tão logo o destino de Amélie começou a mudar, tamanho foi o impacto da sua história na desta autora. Exagero?
Não, e explicarei o porquê.
São muitos os momentos de questionamento que tenho enfrentado desde que decidi que não suportaria mais conviver com as frustrações que me calcificaram ao longo dos anos. Imagine que, tendo compreendido que era hora de reconstruir os alicerces, você se vale de uma talha para quebrar o exoesqueleto e... bem, você fica vulnerável. Assim estou eu. Se por um lado me encontro aberta a tudo, aceitando os conselhos que outrora refutava e descobrindo um novo jeito (mais leve) de ver as coisas, por outro lado estou emotiva demais. Algo que outras pessoas experimentam - e até curtem, por que não? - para mim pode significar uma experiência muito mais profunda; uma lição; uma descoberta; um certo enxergar a mim mesma em uma simples personagem.
Amélie teria justificados motivos para viver uma vidinha inerte em seu pequeno mundo construído a partir das poucas experiências que teve desde a infância - infância essa tolhida, dramática e isolada -, entretanto permitiu aflorar sua essência meio altruísta, meio justiceira e totalmente sonhadora para fazer o que julgava certo pelos outros. Em contrapartida não encontrava coragem para realizar o que, possivelmente, faria feliz a ela mesma. It's me.
Não meço esforços para fazer o bem a quem amo / adoro / simpatizo / considero pra caramba, e não raro coloco-me em segundo plano em função disso. E não dói, sabe? Pelo contrário, faz um bem enorme ver que pude auxiliar alguém a ser um pouquinho mais feliz, e acredito firmemente que se todos pensássemos genuinamente assim o mundo seria um tantinho mais doce.
Bom, só que quando é hora de fazer algo por mim mesma, ferrou. Parece que imediatamente desaprendo todas as fórmulas de sucesso e faço tudo errado (isso quando faço!). É insuportavelmente constrangedor não ter o domínio sobre as próprias emoções e, com um receio além do aceitável, me esconder dentro da concha por ter medo de falar demais/o que não devia. E eu sou campeã em falar a coisa errada na hora errada.
Na verdade hoje meu psicoterapeuta saiu-me com a seguinte frase: "Tati, tu és uma pessoa fantástica, e o é justamente por passar 24 horas/dia pensando, racionalizando tudo. Mas é hora de desligar o teu cérebro; desliga-o exatamente nas horas em que precisar tomar as tuas decisões mais importantes".
E ele tem razão ao afirmar isso: meu problema é a mania de pensar nos prós e nos contras de toda ação que eu cogite realizar. Porém não são apenas os prós e contras da ação imediata que coloco na balança, e sim todo o enredo que vier a se desenrolar depois. Sabe-se lá qual será a próxima cena da história?! Não há como prever qualquer evento que não dependa unicamente de você. Desde seu chefe até o amor da sua vida... não há como saber previamente qual será a reação do indivíduo. Não se engane. Tati, não te engana!
Então, ao ver a desajeitada Amélie criar sua estratégia de gato-e-rato para cumprir dois objetivos (atrair o rapaz por quem já estava perdidamente apaixonada e concomitantemente testá-lo para se assegurar de que realmente os dois são muito parecidos) me identifiquei imediatamente. Não que costume usar estratagemas como comunicação por meio de cartazes afixados em uma estação de metrô , mas eu poderia encarar diretamente as coisas. Quem sabe um dia aprenda a ser mais confiante. Quando tiver guardado em uma caixinha velha as histórias que já vivi e foram mais frustrantes do que felizes.
Mas, espere aí! Essas histórias já estão guardadas no sótão! Sim, definitivamente estão em seu devido lugar, a maioria delas bem organizada e com o único propósito de ter feito parte do meu passado. Então já é hora de experimentar um fabuloso destino como o de Amélie!
Claro esteja que não me refiro tão somente ao lado afetivo da coisa. Infelizmente deixava de tomar atitudes em diversos aspectos da vida, tornando-me acomodada em praticamente tudo. Como ouvi de uma pessoa há certo tempo, "parece que deixei passar muitos anos em branco". Ei, isso sim doeu! Mas também ajudou-me a cair na real e promover a mudança que já era mais do que necessária.
Com isso tudo e com as perspectivas que se desenham daqui para frente (fruto dessa mudança interior em andamento), penso que é um [feliz] caminho sem volta. Ainda falta um bom trecho de estrada para percorrer, estou ciente, durante o qual será possível aprender a ser uma pessoa melhor. Porém já não é tão duro; hoje sou um muito mais Amélie Poulain do que Vicky ou Cristina.
“O mundo é cheio de coisas mágicas pacientemente esperando que nossa percepção fique mais aguçada.”
Bertrand Russel
Bertrand Russel
sábado, 22 de janeiro de 2011
One choice only
Olá. Meu nome é Tati e nasci sob o signo de libra, diz o tal do zodíaco.
Não, não acredito em zodíaco, mas me valho infinitamente da caracterização dos librianos para me justificar nas situações mais improváveis. Você já me ouviu fazendo uso disso, né?
Diz-se que librianos são amáveis, sedutores, harmoniosos e indecisos. Quanto aos três primeiros adjetivos, questiono - pelo menos sua constância. Mas o último está presente na maioria dos meus dias, o que traz muito mais problemas do que soluções, sabia? Imagine uma pessoa que, diante de um freezer de sorvetes, tendo que tomar a mais simples e prazerosa das decisões, fica por um bom tempo olhando todos os picolés disponíveis para, enfim, pegar o de sempre. Essa cena clássica foi protagonizada por um colega de trabalho e de signo. E, bem... e por mim também.
O problema é que para tudo hoje em dia há N alternativas para um mesmo item. É o sorvete com calda, sem calda, com recheio de doce-de-leite, light, em formato de espiral, com sabor de fruta, de trufa, de iogurte, com potes de diversos tamanhos, OMG, como escolher?
São os smartphones hypados tanto nas features quanto no design (e quanto à marca, of course); são os shampoos sem sal, para cabelos tingidos, para cabelos sem vida, com chocolate, com extrato de sei-lá-o-que, pra alisar, pra encrespar, pra tirar o friss; é a companhia aérea mais barata, mais confiável, que não oferece mais refeições gratuitas, mais confortável, com programa de milhagem.
É a profissão que paga melhor, que está mais na moda, que é do futuro, que sempre terá empregabilidade, que proporciona mais liberdade; é o homem bem-sucedido, o alternativo, o cult, o mauricinho, o engraçado, o narcisita, o sensível, o filho-da-mãe; são clericots versus choppes Heineken versus mojitos versus vinho tinto a dois.
Sou eu diante disso tudo, em parafuso, pensando apenas: a vida não poderia ser mais simples?
One choice only.
Um tiro certeiro.
Um desejo satisfeito e uma necessidade atendida.
Penso às vezes que seria mais feliz vivendo em um mundo menos explorado pela diversidade. E não é preguiça de pensar, não! É querer otimizar o tempo, sem pensar nas vantagens que obterei ao fazer a opção X. Muito menos nas perdas por uma escolha errada.
Tentando estabelecer algum porto seguro, escrevo este texto degustando meu vinho tinto eleito para todas as noites caseiras. Tiro certeiro.
Não, não acredito em zodíaco, mas me valho infinitamente da caracterização dos librianos para me justificar nas situações mais improváveis. Você já me ouviu fazendo uso disso, né?
Diz-se que librianos são amáveis, sedutores, harmoniosos e indecisos. Quanto aos três primeiros adjetivos, questiono - pelo menos sua constância. Mas o último está presente na maioria dos meus dias, o que traz muito mais problemas do que soluções, sabia? Imagine uma pessoa que, diante de um freezer de sorvetes, tendo que tomar a mais simples e prazerosa das decisões, fica por um bom tempo olhando todos os picolés disponíveis para, enfim, pegar o de sempre. Essa cena clássica foi protagonizada por um colega de trabalho e de signo. E, bem... e por mim também.
O problema é que para tudo hoje em dia há N alternativas para um mesmo item. É o sorvete com calda, sem calda, com recheio de doce-de-leite, light, em formato de espiral, com sabor de fruta, de trufa, de iogurte, com potes de diversos tamanhos, OMG, como escolher?
São os smartphones hypados tanto nas features quanto no design (e quanto à marca, of course); são os shampoos sem sal, para cabelos tingidos, para cabelos sem vida, com chocolate, com extrato de sei-lá-o-que, pra alisar, pra encrespar, pra tirar o friss; é a companhia aérea mais barata, mais confiável, que não oferece mais refeições gratuitas, mais confortável, com programa de milhagem.
É a profissão que paga melhor, que está mais na moda, que é do futuro, que sempre terá empregabilidade, que proporciona mais liberdade; é o homem bem-sucedido, o alternativo, o cult, o mauricinho, o engraçado, o narcisita, o sensível, o filho-da-mãe; são clericots versus choppes Heineken versus mojitos versus vinho tinto a dois.
Sou eu diante disso tudo, em parafuso, pensando apenas: a vida não poderia ser mais simples?
One choice only.
Um tiro certeiro.
Um desejo satisfeito e uma necessidade atendida.
Penso às vezes que seria mais feliz vivendo em um mundo menos explorado pela diversidade. E não é preguiça de pensar, não! É querer otimizar o tempo, sem pensar nas vantagens que obterei ao fazer a opção X. Muito menos nas perdas por uma escolha errada.
Tentando estabelecer algum porto seguro, escrevo este texto degustando meu vinho tinto eleito para todas as noites caseiras. Tiro certeiro.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
O Porto é Alegre, mas eu nem tanto
Às vezes penso que seria feliz em qualquer lugar do mundo que não Porto Alegre.
Pode ser apenas depressão de domingo à noite, ou também a maldita mania que mantemos de fazer uma retrospectiva pessoal durante o mês de dezembro. Mas deve ser uma percepção genuína, afinal eu a tenho seguidamente e independentemente de data. Vem e se instala no espacinho mais profundo do meu ânimo. E me arrasa.
Já faz uns 3 meses que não viajo - desconsiderando, claro, as idas à casa dos meus pais - e isso está me fazendo mal. A maioria das viagens esse ano foram a trabalho, porém para mim pouco importa: interessa é cumprir com os compromissos e simplesmente estar em um lugar diferente. Ver pessoas que nunca vi, caminhar por ruas das quais só tinha ouvido falar, botar a cabeça no travesseiro macio de um hotel sem me preocupar com tarefas domésticas, experimentar sempre situações novas. Tô em crise de abstinência.
Porém não é só isso. Tenho a convicção de que seria mais feliz em Buenos Aires. Acredito firmemente que não me incomodaria com os noticiários e caminharia pelas ruas do Rio sem galho. Poderia enfrentar de boa o trânsito de São Paulo se isso fosse o preço para viver na capital cultural da américa latina. A mí me gustaría mucho vivir en España, com a facilidade que há em visitar outros países europeus. Talvez até me acertasse em NY, apesar de que precisaria aprender a gostar dos americanos. And we don't speak americano. =P
Você já teve essa inquietação? Possivelmente sim... é difícil nos contentarmos pura e simplesmente com a vida que já temos. Podemos aceitá-la, na falta de alternativas ou oportunidades, mas não consigo acreditar que alguém consiga se imaginar a vida inteira na mesmice. Apesar de conhecer pessoas capazes disso...
E quando as coisas não saem como a gente gostaria, aí mesmo é que dá vontade de dar um break e sumir por uns tempos. Bater asas para qualquer lugar.
Lembro que na semana passada, conversando com uma amiga, ela falou-me sobre uma proposta que recebeu de passar uns tempos trabalhando em um hostel na Patagônia. Se você torceu o nariz por pensar "putz, que fim de mundo!", digo-lhe que se eu pudesse e estivesse no lugar dela aceitaria na hora. Só pela experiência.
Lembro também que recentemente disse a outra pessoa que sonho/almejo/projeto fazer algo fora do país depois que ganhar alforria da UFRGS. Isso tem sua essência de verdade, embora eu tenha utilizado tal argumento para assegurar-lhe de que não estava fazendo planos a longo prazo com essa pessoa. Era uma DR, sim. E repensando posteriormente, vi que aquilo foi muito mais um escudo do que uma verdade. Eu trocaria minha ideia de pós na Europa por um amor tranquilo e projetos de vida que não dependam apenas de mim. Sabe? Too late, agora já falei demais.
Aí hoje, domingo bonito de sol, eu poderia ter saído com uma amiga que me ligou. Poderia também ter ido ao show do Nando Reis no parque aqui pertinho (nem curto, mas não faz mal). Quem sabe poderia ter ido à academia ou feito uma power caminhada na orla. Poderia, poderia... mas só tive ânimo de sair da cama perto do meio-dia e acabei ficando o dia inteiro de camisola, aproveitando o tempo bom para lavar uma montanha de roupas e curtindo meu cantinho. Sem vontade sequer de estudar e matar a última tarefa do semestre... captou o desânimo? Ele é cíclico, e cada vez mais penso que o diagnóstico está na primeira frase deste texto - mesmo que a razão diga que essa é a fuga que encontrei para os problemas que não enfrento por pura procrastinação crônica.
Pelo sim, pelo não, não é raro pensar em recomeçar a vida em outro lugar. Tentar fazer as coisas do jeito certo em uma nova realidade: sem os velhos vícios, os amores mal resolvidos, a carreira que tenho levado arrastadamente e os erros que estariam irremediavelmente ligados à forma como construí meus alicerces. Papo pesado, né? É porque tá faltando bebida nesse apê. Tô de dieta e maneirando em quase tudo o que é bom. Porque o que é bom é ilegal, imoral ou engorda.
Enfim... espero que as próximas férias injetem um pouco de ar nos pulmões. Areshh cariocaishh, sabecomoé.
Mas ainda faltam dois meses para as férias! OMG OMG OMG!
Pode ser apenas depressão de domingo à noite, ou também a maldita mania que mantemos de fazer uma retrospectiva pessoal durante o mês de dezembro. Mas deve ser uma percepção genuína, afinal eu a tenho seguidamente e independentemente de data. Vem e se instala no espacinho mais profundo do meu ânimo. E me arrasa.
Já faz uns 3 meses que não viajo - desconsiderando, claro, as idas à casa dos meus pais - e isso está me fazendo mal. A maioria das viagens esse ano foram a trabalho, porém para mim pouco importa: interessa é cumprir com os compromissos e simplesmente estar em um lugar diferente. Ver pessoas que nunca vi, caminhar por ruas das quais só tinha ouvido falar, botar a cabeça no travesseiro macio de um hotel sem me preocupar com tarefas domésticas, experimentar sempre situações novas. Tô em crise de abstinência.
Torre de Los Ingleses - Buenos Aires |
Você já teve essa inquietação? Possivelmente sim... é difícil nos contentarmos pura e simplesmente com a vida que já temos. Podemos aceitá-la, na falta de alternativas ou oportunidades, mas não consigo acreditar que alguém consiga se imaginar a vida inteira na mesmice. Apesar de conhecer pessoas capazes disso...
E quando as coisas não saem como a gente gostaria, aí mesmo é que dá vontade de dar um break e sumir por uns tempos. Bater asas para qualquer lugar.
Lembro que na semana passada, conversando com uma amiga, ela falou-me sobre uma proposta que recebeu de passar uns tempos trabalhando em um hostel na Patagônia. Se você torceu o nariz por pensar "putz, que fim de mundo!", digo-lhe que se eu pudesse e estivesse no lugar dela aceitaria na hora. Só pela experiência.
Lembro também que recentemente disse a outra pessoa que sonho/almejo/projeto fazer algo fora do país depois que ganhar alforria da UFRGS. Isso tem sua essência de verdade, embora eu tenha utilizado tal argumento para assegurar-lhe de que não estava fazendo planos a longo prazo com essa pessoa. Era uma DR, sim. E repensando posteriormente, vi que aquilo foi muito mais um escudo do que uma verdade. Eu trocaria minha ideia de pós na Europa por um amor tranquilo e projetos de vida que não dependam apenas de mim. Sabe? Too late, agora já falei demais.
Aí hoje, domingo bonito de sol, eu poderia ter saído com uma amiga que me ligou. Poderia também ter ido ao show do Nando Reis no parque aqui pertinho (nem curto, mas não faz mal). Quem sabe poderia ter ido à academia ou feito uma power caminhada na orla. Poderia, poderia... mas só tive ânimo de sair da cama perto do meio-dia e acabei ficando o dia inteiro de camisola, aproveitando o tempo bom para lavar uma montanha de roupas e curtindo meu cantinho. Sem vontade sequer de estudar e matar a última tarefa do semestre... captou o desânimo? Ele é cíclico, e cada vez mais penso que o diagnóstico está na primeira frase deste texto - mesmo que a razão diga que essa é a fuga que encontrei para os problemas que não enfrento por pura procrastinação crônica.
Pelo sim, pelo não, não é raro pensar em recomeçar a vida em outro lugar. Tentar fazer as coisas do jeito certo em uma nova realidade: sem os velhos vícios, os amores mal resolvidos, a carreira que tenho levado arrastadamente e os erros que estariam irremediavelmente ligados à forma como construí meus alicerces. Papo pesado, né? É porque tá faltando bebida nesse apê. Tô de dieta e maneirando em quase tudo o que é bom. Porque o que é bom é ilegal, imoral ou engorda.
Enfim... espero que as próximas férias injetem um pouco de ar nos pulmões. Areshh cariocaishh, sabecomoé.
Mas ainda faltam dois meses para as férias! OMG OMG OMG!
domingo, 28 de novembro de 2010
Existe uma música dos Beatles para cada momento da vida
Close your eyes and I'll kiss you
Tomorrow I'll miss you
Remember I'll always be true1
Trecho que traduz a noite da última quinta-feira. Um último beijo e duas pessoas que seguiram em direções diferentes pelas calçadas de uma Cidade Baixa movimentada.
Ob-la-di, ob-la-da, life goes on bra, la la how the life goes on2. A vida continuou no dia seguinte, não havia nem espaço para mágoa. Tudo estava bem, tanto que woke up, fell out of bed, dragged a comb across my head. Found my way downstairs and drank a cup, and looking up I noticed I was late3, como em quase todos os dias.
Chegando à empresa, checo a conta bancária só para relembrar a situação caótica desse final de ano: praticamente out of college, money spent, see no future, pay no rent. All the money's gone, nowhere to go4. Bem, eu gostaria realmente de poder mudar o foco da minha carreira para ter uma vida mais light, afinal the best things in life are free but you can keep them for the birds and bees. Now give me money that's what I want!5
Mas bastou um mal-entendido em uma conversa totalmente inesperada após o episódio da noite passada para eu ter a certeza de que I've losther him now for sure, I won't see her him no more, It's gonna be a drag... Misery!6 Resultado: um dia interminavelmente péssimo, e eu não podia nem ir pra casa, pois tinha muita coisa a fazer na empresa.
Ele disse também que everybody had a hard year / everybody had a good time / everybody had a wet dream / everybody saw the sun shine9, ensinando-me particularmente que em breve um novo ano começará e devo (todos devemos) buscar em nossas gavetas os sonhos e projetos que adiamos sempre. Buscá-los para colocá-los em prática, obviamente. E foi aí que me senti entre confusa e esperançosa. Sem saber o que pensar, o que dizer e muito menos o que fazer!
Bom... There will be an answer: let it be10, né?
Ou talvez deva pensar que if this ever-changing world in which we live in makes you give in and cry, say live and let die11. Não dá para saber qual seria a decisão "certa", uma vez que a grande maioria das nossas escolhas não atingem apenas a nós.
A questão é que os últimos tempos têm sido tempos difíceis, e meus amigos mais próximos vêm acompanhando essa espécie de transformação interior pela qual estou passando. Talvez por isso este blog tenha ficado na geladeira, porque eu não vinha encontrando mais estímulo para compartilhar minhas ideias abertamente e principalmente porque já não sabia o que pensar; logo, escreveria o quê?
When I was younger, so much younger than today
I never needed anybody's help in any way
But now these days are gone, I'm not so self assured
Now I find I've changed my mind and opened up the doors12
Voltando aos dias atuais, só posso dizer que ficou uma sensação muito estranha (nem boa, nem ruim, apenas estranha) por as coisas afinal não serem como poderiam ser. Mas life goes on de qualquer maneira, e depois de ter consertado o mal-entendido que eu mesma causei me senti mais serena. Normalmente pensamos que é melhor calar do que se expor (fui assim por muito tempo), contudo aprendi com os tombos que isso é uma grande armadilha do coração.
E, bem...
How do I feel by the end of the day?
(are you sad because you’re on your own?)
No, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends.13
Quem tem amigos e não tem receio de procurá-los, tem [quase] tudo.
*****
1 All My Loving
2 Ob-la-di Ob-la-da
3 A Day In The Life
4 You Never Give Me Your Money
5 Money (That's What I Want)
6 Misery
7 (I Want To) Come Home
8 Blackbird
9 I've Got a Feeling
10 Let It Be
11 Live And Let Die
12 Help!
13 With A Little Help From My Friends
Tomorrow I'll miss you
Remember I'll always be true1
Trecho que traduz a noite da última quinta-feira. Um último beijo e duas pessoas que seguiram em direções diferentes pelas calçadas de uma Cidade Baixa movimentada.
Ob-la-di, ob-la-da, life goes on bra, la la how the life goes on2. A vida continuou no dia seguinte, não havia nem espaço para mágoa. Tudo estava bem, tanto que woke up, fell out of bed, dragged a comb across my head. Found my way downstairs and drank a cup, and looking up I noticed I was late3, como em quase todos os dias.
Chegando à empresa, checo a conta bancária só para relembrar a situação caótica desse final de ano: praticamente out of college, money spent, see no future, pay no rent. All the money's gone, nowhere to go4. Bem, eu gostaria realmente de poder mudar o foco da minha carreira para ter uma vida mais light, afinal the best things in life are free but you can keep them for the birds and bees. Now give me money that's what I want!5
Mas bastou um mal-entendido em uma conversa totalmente inesperada após o episódio da noite passada para eu ter a certeza de que I've lost
For too long I was out on my own. Every day I spent trying to prove I could make it alone7. Ouvindo isto pude relembrar como sempre procurei ser a dona pelo menos das minhas próprias verdades, teimosa e auto-suficiente. E assim acreditei que estaria tudo bem mesmo, life goes on e pronto. Porém "take these sunken eyes and learn to see all your life"8, dizia-me o Macca durante o show no Beira Rio, quando passei a considerar que já é hora de mudar de atitudes e ser mais franca comigo e com as pessoas de quem gosto.
Ele disse também que everybody had a hard year / everybody had a good time / everybody had a wet dream / everybody saw the sun shine9, ensinando-me particularmente que em breve um novo ano começará e devo (todos devemos) buscar em nossas gavetas os sonhos e projetos que adiamos sempre. Buscá-los para colocá-los em prática, obviamente. E foi aí que me senti entre confusa e esperançosa. Sem saber o que pensar, o que dizer e muito menos o que fazer!
Bom... There will be an answer: let it be10, né?
Ou talvez deva pensar que if this ever-changing world in which we live in makes you give in and cry, say live and let die11. Não dá para saber qual seria a decisão "certa", uma vez que a grande maioria das nossas escolhas não atingem apenas a nós.
A questão é que os últimos tempos têm sido tempos difíceis, e meus amigos mais próximos vêm acompanhando essa espécie de transformação interior pela qual estou passando. Talvez por isso este blog tenha ficado na geladeira, porque eu não vinha encontrando mais estímulo para compartilhar minhas ideias abertamente e principalmente porque já não sabia o que pensar; logo, escreveria o quê?
When I was younger, so much younger than today
I never needed anybody's help in any way
But now these days are gone, I'm not so self assured
Now I find I've changed my mind and opened up the doors12
Voltando aos dias atuais, só posso dizer que ficou uma sensação muito estranha (nem boa, nem ruim, apenas estranha) por as coisas afinal não serem como poderiam ser. Mas life goes on de qualquer maneira, e depois de ter consertado o mal-entendido que eu mesma causei me senti mais serena. Normalmente pensamos que é melhor calar do que se expor (fui assim por muito tempo), contudo aprendi com os tombos que isso é uma grande armadilha do coração.
E, bem...
How do I feel by the end of the day?
(are you sad because you’re on your own?)
No, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends.13
Quem tem amigos e não tem receio de procurá-los, tem [quase] tudo.
*****
1 All My Loving
2 Ob-la-di Ob-la-da
3 A Day In The Life
4 You Never Give Me Your Money
5 Money (That's What I Want)
6 Misery
7 (I Want To) Come Home
8 Blackbird
9 I've Got a Feeling
10 Let It Be
11 Live And Let Die
12 Help!
13 With A Little Help From My Friends
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