segunda-feira, 30 de março de 2009

O bicho está pegando!


Essa é para ilustrar o que está sendo a segunda-feira aqui na empresa. Depois de mais um fíndi de trabalho, claro. 

Atenção especial para a cara diabólica do Taz e para o desespero do pobre Pernalonga!

Segundo o Alex - dono do Taz, ele representa nossa área cliente, o Pernalonga somos nós e o gato macumbeiro é quem está segurando as pontas. 

Aliás, gato macumbeiro foi como nossa diretora chamou meu gatinho-preto-de-boca-costurada trazido da feira de San Telmo em outro momento de correria terráquea.

domingo, 29 de março de 2009

Como é que se gerencia o tempo?

Dia desses conversando com os meninos no horário de almoço do trabalho, estávamos comentando que uma vez que trabalhamos nove horas por dia, sobram longas quinze horas para se fazer o que se quiser! Ou seja, quase dois terços do dia, que maravilha!
Óbvio que estávamos zoando, pois somos unânimes em afirmar que essa carga horária é muito maior do que o necessário. Quem, nessa vida, trabalhando com criação, consegue produzir com hora marcada e em cronometradas nove horas diárias? Isso, claro, sem sequer entrar no mérito do tempo gasto com deslocamento, refeições, banho e tal, porque justamente o objeto dessa reflexão são elas: as atividades rotineiras que acabamos encarando como coadjuvantes no dia-a-dia.

Para muitos comer é uma fonte única de prazer. Logo, as horas gastas em preparar/comprar/saborear as refeições fazem parte da lista de coisas que gostaríamos de ter tempo para fazer direitinho.
Um bom banho - especialmente para nós, mulheres - é um ritual demorado e indispensável para colocar em dia a beleza. Estou falando daquele banho com esfoliação, hidratação nos cabelos, óleo sobre o corpo, tônico facial, secador... um capricho só, mas para o qual só me sobra tempo no fim-de-semana (e olhe lá, que nem finais de semana de folga tenho tido).

Então essa é a questão: como encontrar tempo para fazer caprichosamente as atividades que desejamos?

Se trabalha tanto, se estuda tanto, chega-se em casa e tem-se apostilas e livros para ler, roupa para lavar, e-mails para checar, louça na pia, novela na tv (ok, ok, depois de a Flora ter ido embora não tenho mais assistido), mas enfim.

Com tantas obrigações, quando amigos ligam pra tomar uma cervejinha ali no bar da esquina é preciso dizer não. A academia que fica do outro lado da rua está esperando minha matrícula há meses. Minha mãe ficou triste por eu não ter ido vê-la hoje. As viagens que quero fazer... nossa, nem se fala. Enquanto não conseguir férias (que terão de ser combinadas com as férias da universidade), os folders dos lugares que quero conhecer vão enchendo minha gaveta. Essa viajada anda viajando muito, muito menos do que gostaria.

O fato é que realmente não consigo gerenciar meu tempo, por mais que organize em checklists as tarefas diárias. Isso acaba dando uma sensação chata de que as quinze horas livres do dia viram em nada! Então se alguém souber de algum cursinho efetivo de gerenciamento do tempo (gratuito, rs) me indique! Até porque essa concepção de que se vive para trabalhar não é comigo, seguramente.

Em certos momentos penso que deveria ser mais como uma amiga minha que nunca rejeita convites para fazer qualquer coisa com amigos. Convidou, ela tá dentro! Se depois haverá ressaca em dia útil, se vai ficar cansada, se vai ter que correr com as tarefas, é outro papo. Mas ela vai!

Acho que é isso que resolve: fazer as coisas mais no impulso do que na razão. Até porque quem pensa não casa, sempre disse minha mãe!

domingo, 22 de março de 2009

O amor, pobre olvidado

Prosseguindo com ideias de terceiros nesse blog (não que eu esteja sem inspiração, mas procuro ser boa ouvinte dos pontos de vista alheios), segue a coluna da Martha Medeiros na ZH de hoje, entitulada "O amor nos tempos de hoje".
Confesso que não sou fã dela e em geral não balanço que sim com a cabeça para tudo o que ela escreve, mas o texto abaixo de fato vem ao encontro do que penso.
Boa leitura. E prometo voltar a escrever à própria pena na próxima!

"Da televisão, ele sumiu, evaporou. A internet ele nunca chegou a frequentar. Nas páginas de revista, faz tempo que não dá as caras. Foi trocado pela paixão instantânea e pelo sexo ocasional. Estou falando do amor, lembra dele? Pois é, foi escorraçado da mídia. Hoje em dia, casais se unem por desejo, oportunidade ou conveniência. Todos querem se apaixonar amanhã e somar mais um nome ao seu currículo pessoal de aventuras, que se pretende vasto. Cultivar um amor para sempre? Nem pensar. O amor deixou de ser inspirador. Já deu os versos que tinha que dar. O amor demora muito para se estabelecer e depois dura demais. Quem tem paciência e tempo, hoje, para se dedicar a uma só pessoa? O amor faz sofrer, faz chorar, e além disso não rende matéria no Segundo Caderno, não é encontrado no YouTube. O amor está obsoleto, não se usa mais. Segue valorizado apenas no cinema e nos romances de ficção, através de autores que não desistem de investigar esse sentimento que é tão difícil de se concretizar da maneira como o idealizamos. Todo amor parece impossível, tanto nos livros como na vida real. E talvez esteja aí a razão da sua força e mistério e do medo que ele nos provoca.

O amor é muito mais exigente do que a paixão: ele pressupõe a reconstrução de duas vidas a partir de uma troca de olhares, que é como tudo geralmente começa. Enquanto a paixão se esgota em si mesma e não está interessada no amanhã, o amor é ambicioso, se pretende eterno, e para pavimentar essa eternidade não mede esforços. Duas pessoas que nunca se imaginaram juntas de repente atendem a um chamado interno do coração (desculpe o termo, não encontrei outro mais moderno) e investem nessa união de olhos abertos (a paixão é vivida de olhos fechados). O amor é uma loucura disfarçada de sanidade.

Não fosse uma loucura, o amor não seria o que é: lírico e profundo, rebelde e transformador. Amar é a transgressão maior. É quando rompemos com a nossa solidão para inaugurar uma vida compartilhada e inédita. Isso é ou não é uma doideira?

Mais ainda: poderíamos dizer que o amor é um processo de autodesconhecimento. Você nunca conviveu com a pessoa que começou a amar, portanto você precisa conhecê-la, e ela a você. Diante dessa página em branco, somos obrigados a nos passar a limpo, e para isso é preciso relativizar as certezas acumuladas até então e abrir-se para a formação de uma nova identidade. Passamos a ser recicláveis. O autoconhecimento nos dá respostas seguras sobre nós mesmos, mas segurança demais pode nos paralisar. O autodesconhecimento é que nos empurra pra frente.

Todos nós já tivemos a chance de amar. Alguns, uma única vez, mas a maioria de nós teve várias oportunidades, diversos amores. Amores curtos, mas inesquecíveis. Amores que terminaram, mas que geraram filhos. Amores que naufragaram, mas que nos amadureceram. Amores duradouros, que ainda não acabaram. Todos eles nos incentivando a continuar a tentar, porque de amar ninguém desiste.

O desprestígio do amor talvez venha da pressa de viver, da urgência dos dias, da necessidade de “aproveitarmos” cada instante: é como se o amor fosse um impedimento para o prazer. Francamente, o que se aproveita, de fato, quando não se sente coisa alguma? A resposta é: coisa alguma. Do que se conclui que o amor nunca será cafona, pois nada é mais revolucionário e poderoso do que o que a gente sente. Nada. Nem mesmo o que a gente pensa."

Fonte: Zero Hora ponto com.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Drops literário

“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença” (Clarice Lispector)

"O importante não é o que fizeram de nós, mas o que nós próprios faremos com aquilo que fizeram de nós" (Sartre)

"No ser amados es una simple desventura; la verdadera desgracia es no amar" (Albert Camus)

"A amizade sempre é proveitosa, o amor às vezes é" (Seneca)

"Para evitar críticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada" (Elbert Hubbard)

"Prudência é uma atitude que mantém a vida segura, mas com freqüência não a faz feliz" (Samuel Johnson)

"Eu sou mansa, mas a minha função de viver é feroz!" (Clarice Lispector)

"Errar é humano, mas quando a borracha se gasta mais do que o lápis, você está positivamente exagerando" (J. Jenkis)

"Precisamos de 4 abraços por dia para sobreviver. Precisamos de 8 abraços por dia para nos manter. Precisamos de 12 abraços por dia para crescer" (Virginia Satir)

"Os vivos são e serão sempre, cada vez mais, governados pelos mais vivos" (Barão de Itararé)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Se não posso ser o par perfeito pra você...

Que sou muito musical todo mundo sabe.

E como músicas geralmente me remetem a um lugar, uma pessoa ou um momento, a dica musical da semana é Wonkavision e a música deles que mais me chamou a atenção desde que conheci a banda.

Na verdade esse som não me lembra nada, mas me remete a domingos nublados de inverno caminhando pelo Bomfim. Não sei por que, nem sei explicar - pode ser uma associação totalmente particular - mas quem precisa explicar o impacto da arte?

Além disso ela lembra muito uma fase em que ainda insistia em uma pessoa.  Hoje decidi não insistir mais (nem na pessoa, nem no que eu imaginei que ela poderia representar para mim).



Também é fato que ando sentindo tremendamente a falta de tempo em escrever aqui, e justamente em uma época tão rica em ideias, mas são tempos de muitas obrigações terráqueas e acadêmicas.

Mas uma coisa é fato: os últimos tempos têm sido ricos também em motivos para beber.
Beber para olvidar, para comemorar, para relaxar, para conversar.

Por isso depois de ouvir essa música, só resta tomar uma cervejinha com amigos em um pub irlandês. E pub irlandês lembra inverno. E essa música lembra inverno.
Definitivamente não vejo a hora de puxar um casaco do roupeiro!

sábado, 7 de março de 2009

Boas notícias em uma sexta-feira

Hoje ("ontem", pois o post caiu depois da meia-noite) duas notícias boas chegaram no e-mail corporativo.
A primeira dizia que o bônus anual tinha sido creditado para os funcionários - o que vai aliviar um pouco das dívidas, mas a segunda foi a mais gratificante: mensagem do chefe avisando que ninguém da equipe precisaria trabalhar nesse final-de-semana. Para quem vem desde o carnaval trabalhando direto sábados, domingos, noites adentro e tal, foi um alívio!

Especialmente porque nessa semana iniciaram-se as aulas na faculdade, e estou encarando 6 cadeiras em horários bem alternativos. De manhã cedo, à noite, sábado, vale tudo na corrida para a formatura (que ainda assim está longe!). Mas há muitos sonhos pós-graduação esperando por mim, não dá mais para adiar!

Então daqui para diante serão menos horas de sono, muita leitura, as mesmas 9 horas de trabalho por dia (no mínimo), e alguns choppes para não enlouquecer!

Talvez pelo cansaço acumulado e o desejo de dormir tranquila eu nem tenha me preocupado com o bolo que levei para uma cervejinha depois da aula dessa sexta. Teria sido legal, mas tudo que depende de mais de uma pessoa para se realizar tem uma probabilidade de não rolar, né?

Obs.: participação especial da Rê - de quem roubei a imagem - heh!

terça-feira, 3 de março de 2009

O que te leva ao teu passado?

Dia desses tive de atravessar o centro da cidade à pé durante o horário de almoço a fim de resolver um assuntinho pessoal. Trabalho no lado do centro conhecido como "centro cultural" - onde ficam a CCMQ, os museus, cinemas e algumas grandes empresas - e para chegar até o centro popular é preciso atravessar um largo famosíssimo na cidade pela diversidade de manifestações culturais que reúne.

Pois bem, enquanto passava pelo largo na frente do Mercado Público, passei a observar o pastor evangélico que pregava munido de uma Bíblia em uma mão e um microfone na outra; os já conhecidos índios que para mim parecem ter saído de um filme americano de faroeste (ninguém me tira da cabeça que são índios apaches, com aqueles cocares imensos!) tocando suas flautas; os vendedores ambulantes cegos que vendem bilhetes de loteria; os meninos de rua à espreita de um passante distraído para bater-lhe a carteira...

Entretanto o que me chamou a atenção efetivamente foi um casal de velhinhos pilchados, onde o senhor puxava sua gaita com muita destreza e a esposa cantava em alto e bom som, sem microfone nem nada, uma música gaúcha muito antiga. Enquanto eu ia caminhando a melodia ia me acompanhando, trazendo uma sensação ao mesmo tempo muito estranha e extremamente boa: sensação de volta pra casa!

Há muitos anos tenho vivido em um universo mais hightech, globalizado, corporativo, underground, electrorock. Vivo em um bairro assumidamente boêmio e universitário, tenho visto cada vez menos minha família, conheci muita gente e alguns lugares que sonhava ver de perto e, principalmente, passei a ouvir o ponto de vista de várias tribos (e absorver aqueles com os quais me identifiquei). No meio desse turbilhão de novos conceitos é fácil perder as origens. Não me diga você que mantém suas convicções intactas mesmo em um cenário como o que descrevi. É humanamente impossível não ser moldado pelo universo onde se imergiu! E seria um defeito, inclusive, pois toda teimosia exagerada é na verdade um escudo contra o mundo. Não devemos nos defender do mundo, e sim vivê-lo!

Mas voltando aos velhinhos do largo do Mercado e à sensação que me provocaram, o que quero dizer é que ouvir o gaitaço meio melancólico me fez lembrar da infância em família (que veio da serra e vivia junto ao campo, totalmente interiorana).
As brincadeiras com os primos quase sempre tinham como trilha sonora a vanera e a milonga que tocava no radinho dos meus tios. Sempre alguns casais arrastavam as cadeiras para dançar e fazia-se o arrasta-pé, com uma churrascada forte garantida pelos homens da casa. E as nossas brincadeiras eram correndo na rua, jogando bola, empurrando carrinho de rolimã, arco e flecha (não, eu não gostava muito de brincadeiras de menina e acho que isso explica o porquê de eu me dar tão bem trabalhando com homens hoje).
Enfim, era uma infância simples, prazerosa, animada e bem bairrista. Bem diferente da vidinha adulta e diferente também do rumo que os outros integrantes da família tomaram.
Eles de modo geral seguiram o caminho da geração passada: poucos estudaram, a maioria vive de serviços, casaram cedo, tiveram filhos antes do que deveriam, muitos não conhecem nada que esteja além do rio Mampituba ou do Chuí. Se não tivesse feito as escolhas certas através da influência certa das pessoas certas, eu poderia ter trilhado o mesmo caminho limitado.

Por isso agradeço a uma amiga do passado que me carregou para um curso técnico de gestão onde só fiz um semestre (histórias inacabadas, lembram?) mas onde conheci um amigo-rolinho que me pilhou a estudar Sistemas de Informação, onde fiz muitos dos amigos que trago comigo até hoje e que definiu minha carreira. E a lista de agradecimentos seria bem mais longa, se esse fosse o objetivo do post. Os acontecimentos foram encadeados e recheados de pessoas essenciais no processo.

De toda forma sou grata a todos (Todos, com letra maiúscula e divina) por ter chegado até aqui. Não posso agradecer pelo futuro que vislumbro porque simplesmente tenho um bloqueio e não sei projetá-lo, mas também sou grata aos velhinhos do centro da cidade pelo momento nostálgico que me proporcionaram. E por me fazerem ver que essas lembranças são boas, mas são de um passado do qual me libertei. Um passado que não me pertence mais.